Os sinos da madrugada foram substituídos pelo som do desespero no norte do Afeganistão. No escuro e sob o frio da noite, famílias inteiras correram para fora de suas casas, em meio à poeira e aos gritos, quando um terremoto de magnitude 6,3 abalou a região de Mazar-i-Sharif, uma das cidades mais populosas do país. O tremor, registrado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), ocorreu a cerca de 28 quilômetros de profundidade e deixou um rastro de destruição, mortes e feridos.
Segundo autoridades locais, ao menos 20 pessoas morreram e cerca de 320 ficaram feridas. A força do abalo também atingiu um dos maiores símbolos religiosos do país, a Mesquita Azul de Mazar-i-Sharif, considerada um tesouro da arquitetura islâmica. Imagens divulgadas nas redes sociais e confirmadas pela CNN mostram a base do santuário coberta por escombros, em cenas registradas ainda antes do amanhecer.
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Equipes de resgate se mobilizaram rapidamente, e vídeos oficiais do Ministério da Defesa mostram o momento em que uma criança é retirada dos destroços - ainda não há informações sobre seu estado de saúde. A Autoridade Nacional para Preparação para Desastres informou que o tremor foi sentido em várias províncias do norte, leste e oeste do Afeganistão, afetando amplas áreas habitadas.
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Rahima, uma ex-professora de 50 anos que vive em Mazar-i-Sharif, relatou o pânico vivido dentro de casa. "Minha família acordou apavorada", contou à CNN. "Nunca tinha sentido um terremoto tão forte na minha vida." Segundo ela, janelas quebraram e parte do reboco das paredes caiu. "Estou feliz por minha casa ser de concreto na cidade. Não sei se as casas de barro nos arredores da cidade sobreviveram a este terremoto", completou.
NÚMERO DE MORTOS DEVE AUMENTAR
O impacto do tremor também foi sentido além das fronteiras, em regiões do Tadjiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão. Na província de Samangan, próxima ao epicentro, autoridades de saúde informaram inicialmente 12 mortes e cerca de 200 feridos, mas o número aumentou nas horas seguintes.
Nos últimos anos, o Afeganistão tem sofrido com uma sequência de terremotos devastadores. Em outubro de 2023, um abalo semelhante matou mais de 2 mil pessoas no oeste do país. A situação é agravada pela fragilidade das estruturas e pela dificuldade de resposta a emergências desde que o Talibã retomou o poder, em 2021, o que reduziu drasticamente a ajuda internacional.
Modelos do USGS indicam que o número de fatalidades pode chegar a centenas, considerando o histórico de vulnerabilidade da região. O país, que ainda tenta se reerguer de tragédias anteriores, volta a enfrentar o desafio de salvar vidas em meio aos escombros e ao isolamento político que limita o apoio externo.
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