O presidente americano Donald Trump entrou com uma ação judicial contra a emissora britânica BBC na segunda-feira (15). A disputa envolve alegações de edição inadequada de um discurso relacionado aos eventos do Capitólio em janeiro de 2021.
Trump acusa a BBC de difamação e violação das leis comerciais da Flórida. O republicano solicita indenização de US$ 5 bilhões para cada uma das duas acusações apresentadas no processo.
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A ação se baseia na alegação de que a emissora editou trechos de um discurso presidencial de forma a sugerir incitação à violência antes da invasão do Capitólio.
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O evento aconteceu em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o prédio durante a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
Antecedentes da disputa
Em novembro, Trump já havia anunciado sua intenção de processar a BBC. Na época, o presidente declarou que a empresa "até admitiu que enganou" e que considerava necessário tomar medidas legais.
Os advogados presidenciais enviaram uma carta formal à emissora, exigindo pedido de desculpas público e pagamento de indenização. A carta acusou a BBC de difamar o presidente na edição do documentário que retratou os eventos de janeiro de 2021.
Resposta da BBC
A emissora britânica reconheceu o erro editorial e apresentou desculpas públicas. Samir Shah, presidente do Conselho de Administração, enviou carta pessoal à Casa Branca expressando o pesar da empresa pela forma como as imagens foram editadas.
Apesar do pedido de desculpas, a BBC mantém posição firme contra o pagamento da indenização solicitada. A empresa rejeita qualquer base legal para a acusação de difamação apresentada pelo presidente americano.
Financiamento público complica situação
A BBC opera como empresa pública do Reino Unido, com financiamento obtido por meio de taxa obrigatória cobrada dos telespectadores britânicos. Essa estrutura de financiamento torna qualquer pagamento a Trump politicamente controverso, segundo análise de advogados britânicos.
Políticos de esquerda no Reino Unido interpretam o ataque como parte de estratégia coordenada para enfraquecer a emissora pública. Eles veem conexão com a retórica anti-imprensa tradicionalmente adotada por Trump.
Série de processos contra a mídia
Este não representa o único caso judicial de Trump contra veículos de comunicação. O presidente americano já moveu outras ações durante seu segundo mandato:
- Processo contra The New York Times e quatro repórteres por alegada difamação pré-eleitoral, pedindo US$ 15 bilhões;
- Ação contra The Wall Street Journal por reportagem sobre suposta carta a Jeffrey Epstein, solicitando US$ 20 bilhões.
Dimensões diplomáticas
Trump indicou intenção de discutir o assunto com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer. O líder britânico apoia a independência editorial da BBC e evita confronto direto com o presidente americano sobre o tema.
A situação gera tensão diplomática, especialmente considerando o status de empresa pública da BBC e sua importância no cenário midiático britânico. O desfecho do caso pode influenciar as relações entre os dois países no campo da liberdade de imprensa.
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