O TikTok se consolidou como uma das plataformas mais influentes do mundo, moldando tendências culturais, hábitos de consumo e estratégias de marketing digital. Nos Estados Unidos, porém, o aplicativo passou a enfrentar um cenário político e regulatório cada vez mais rigoroso, que acabou levando a uma profunda reestruturação de suas operações no país.
Após anos de embates e pressão governamental, o impasse sobre o futuro do TikTok em território norte-americano chegou a um desfecho. A ByteDance, empresa chinesa dona da rede social, firmou acordos definitivos para transferir o controle das operações nos EUA a um consórcio de investidores, no qual a Oracle ocupa posição de destaque.
A decisão é consequência direta das ações do governo dos Estados Unidos, que desde 2020 ameaçava banir o aplicativo por alegadas preocupações com segurança nacional. Na época, ainda durante a presidência de Donald Trump, a possibilidade de retirada do TikTok do país colocou a empresa sob intenso escrutínio político. Os valores financeiros envolvidos na transação não foram tornados públicos.
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Pelo novo arranjo societário, investidores americanos e internacionais, entre eles a Oracle, o fundo Silver Lake e a MGX, com sede em Abu Dhabi, passarão a controlar 80,1% da TikTok USDS Joint Venture LLC. A ByteDance manterá uma participação minoritária de 19,9%.
Com isso, a governança da empresa nos EUA será liderada majoritariamente por representantes norte-americanos. O conselho de administração contará com sete integrantes, reforçando o poder local sobre decisões estratégicas. A conclusão formal do negócio está prevista para 22 de janeiro de 2026, data em que a nova estrutura entra oficialmente em vigor.
Um acordo ainda cercado de incertezas
Segundo o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, a nova companhia deverá ser avaliada em cerca de US$ 14 bilhões valor inferior às projeções de mercado. Ainda assim, o número definitivo não foi confirmado publicamente.
A Casa Branca informou, em setembro, que a joint venture assumirá integralmente a operação do TikTok em solo americano. Apesar disso, permanecem dúvidas relevantes sobre como se dará, na prática, a relação entre a nova empresa e a ByteDance, especialmente no âmbito comercial e tecnológico.
Em comunicado interno revelado pela Reuters, o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, afirmou que a joint venture atuará de forma independente, com autonomia sobre temas críticos como proteção de dados, segurança do algoritmo, moderação de conteúdo e integridade do software nos Estados Unidos.
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Ele também destacou que as entidades ainda ligadas à ByteDance continuarão responsáveis, de forma separada, por aspectos globais do produto e por certas atividades comerciais, incluindo e-commerce, publicidade e marketing.
Mesmo assim, autoridades americanas seguem cautelosas. A principal incógnita envolve o algoritmo do TikTok: não está claro se a tecnologia foi transferida, licenciada ou se permanece sob controle da matriz chinesa, com a Oracle exercendo apenas funções de supervisão técnica.
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