O governo da Venezuela criticou neste sábado (20) a apreensão de um segundo navio-tanque por forças dos Estados Unidos, ocorrida em águas internacionais. Em nota oficial, Caracas classificou a ação como ilegal e informou que pretende acionar instâncias multilaterais, incluindo o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o comunicado, a Venezuela afirma que a embarcação transportava petróleo do país e que a tripulação teria sido detida durante a operação conduzida por militares norte-americanos. O texto declara que o governo venezuelano adotará medidas diplomáticas e jurídicas contra os Estados Unidos junto a organismos internacionais e governos aliados.
A apreensão ocorreu na madrugada de sábado e foi divulgada em vídeo pela secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem. Em publicação nas redes sociais, ela afirmou que o governo norte-americano seguirá atuando para impedir o transporte de petróleo sob sanções, alegando que a atividade financia ações ilegais na região.
Esta é a segunda interceptação de um petroleiro venezuelano em menos de duas semanas. A primeira ocorreu no dia 10. Dias depois, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou restrições totais a navios que transportam petróleo da Venezuela, afirmando que o país está sujeito a um cerco econômico.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou que a ação representa interferência direta de Washington. A Rússia, aliada política de Caracas, também se manifestou após a primeira apreensão, alertando para possíveis impactos internacionais das medidas adotadas pelos Estados Unidos.
A Venezuela detém a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, com cerca de 303 bilhões de barris, segundo dados da Energy Information Administration (EIA). Apesar do volume, grande parte do petróleo é classificada como extra-pesada, o que demanda tecnologia específica e investimentos elevados para extração e refino.
Desde 2019, sanções impostas pelos Estados Unidos ao setor energético venezuelano dificultam a comercialização do produto no mercado internacional. Para contornar as restrições, empresas passaram a utilizar embarcações com rastreamento oculto e rotas alternativas. A China é atualmente o principal destino do petróleo venezuelano, respondendo por parte relevante das exportações.
Analistas apontam que a manutenção do bloqueio pode reduzir a oferta global de petróleo e gerar impactos nos preços internacionais, caso as restrições se prolonguem.
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