A Austrália viveu neste domingo (21) um dos momentos mais simbólicos de luto coletivo de sua história recente. Em praias, praças e espaços públicos, milhares de pessoas fizeram um minuto de silêncio para homenagear as vítimas do ataque antissemita ocorrido durante uma celebração judaica em Sydney, gesto marcado por emoção, reflexão e pedidos por justiça.
Na praia de Bondi, local do atentado, participantes acenderam velas e foram convidados a refletir sobre a ideia de “a luz contra a escuridão”, em uma homenagem silenciosa às vítimas do massacre que chocou o país. O ato reforçou o clima de consternação nacional e deu início a um debate mais amplo sobre memória, segurança e combate ao extremismo.
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O governo australiano informou que está em diálogo com a comunidade judaica para a criação de um memorial permanente no local do ataque. Também está em discussão a instituição de um dia nacional de luto, previsto para o início de 2026, como forma de reconhecer a gravidade do episódio e preservar a memória das vítimas.
O atentado ocorreu no dia 14 de dezembro, quando dois homens abriram fogo contra participantes de uma celebração da Hanukkah na praia. Segundo as autoridades, o ataque foi motivado por extremismo jihadista, associado à ideologia do grupo Estado Islâmico. Um dos suspeitos morreu no local, enquanto o outro permanece hospitalizado sob forte vigilância policial, indiciado por terrorismo e múltiplos homicídios.
Desde então, homenagens espontâneas vêm se multiplicando pelo país. Na sexta-feira, centenas de surfistas e nadadores entraram no mar e formaram um grande círculo nas ondas em tributo às vítimas. No sábado, salva-vidas realizaram minutos de silêncio à beira-mar, muitos visivelmente emocionados, em cenas que reforçaram o impacto coletivo da tragédia.
O massacre levou autoridades e lideranças a reconhecerem falhas na proteção da comunidade judaica e a necessidade de rever políticas públicas. O governo anunciou o endurecimento das leis contra o extremismo e a posse de armas, além de medidas para combater discursos de ódio.
Em meio ao horror, também surgiram relatos de atos de coragem. Um vendedor ambulante foi apontado como herói após agir para conter um dos agressores durante o ataque, mesmo ferido, atitude que foi amplamente reconhecida pela população.
Representantes da comunidade judaica criticaram o governo por não ter reagido com a devida seriedade aos alertas sobre o crescimento do antissemitismo nos últimos anos. “A mensagem estava clara havia muito tempo”, afirmou o rabino Yossi Friedman, destacando o sentimento de insegurança vivido por parte da comunidade.
Enquanto cerimônias fúnebres seguem sendo realizadas em várias cidades, incluindo uma considerada especialmente comovente, as forças de segurança avançam nas investigações. Uma força-tarefa da polícia e da inteligência australiana analisa deslocamentos, contatos e possíveis conexões internacionais dos suspeitos, em busca de compreender a extensão da rede extremista envolvida.
O país tenta agora responder não apenas à dor imediata, mas também ao desafio de evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer, em um esforço coletivo por memória, justiça e proteção das liberdades religiosas.
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