O Natal costuma ser marcado, no Vaticano, por mensagens de fé, esperança e reconciliação. Ainda assim, em momentos de grandes crises humanitárias e conflitos armados, o discurso do papa também se transforma em um espaço de apelo moral e político, chamando a atenção do mundo para o sofrimento de populações vulneráveis e para a urgência do diálogo e da paz.
Em seu primeiro sermão de Natal como pontífice, o papa Leão XIV fez um apelo contundente em favor dos palestinos que vivem na Faixa de Gaza, lamentando as condições enfrentadas pela população em meio à guerra. Diante de milhares de fiéis reunidos na Basílica de São Pedro, nesta quinta-feira (25), o papa adotou um tom incomumente direto para a celebração natalina, tradicionalmente mais solene e espiritual.
Leão XIV, o primeiro papa norte-americano da história da Igreja Católica, recordou que Jesus nasceu em um estábulo, símbolo da proximidade de Deus com os mais frágeis. “Como, então, podemos não pensar nas tendas em Gaza, expostas por semanas à chuva, ao vento e ao frio?”, questionou, ao comparar o cenário do nascimento de Cristo com a realidade vivida por milhares de famílias palestinas deslocadas.
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Eleito em maio para suceder o papa Francisco, Leão XIV costuma adotar um estilo mais diplomático e reservado em seus discursos. Ainda assim, nas últimas semanas, tem demonstrado preocupação constante com a situação em Gaza e afirmou que uma solução duradoura para o conflito entre israelenses e palestinos passa pela criação de um Estado palestino.
Após o sermão, durante a bênção natalina, o papa também lamentou a situação de migrantes e refugiados que atravessam o continente norte-americano, reforçando o cuidado com os imigrantes como um dos eixos centrais de seu início de pontificado. Sem citar nomes, ele já havia afirmado, na véspera de Natal, que recusar ajuda a pobres e estrangeiros equivale a rejeitar o próprio Deus.
Leão XIV destacou ainda os impactos devastadores das guerras ao redor do mundo, mencionando “escombros e feridas abertas” deixadas por conflitos armados. Segundo ele, populações indefesas e jovens forçados a pegar em armas pagam o preço mais alto da violência, muitas vezes em nome de discursos políticos vazios.
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Durante a mensagem e bênção “Urbi et Orbi”, pronunciada da sacada central da Basílica de São Pedro, o papa pediu o fim de todas as guerras globais. Ele citou conflitos em países como Ucrânia, Sudão, Mali, Mianmar, Tailândia e Camboja, pedindo diálogo, reconciliação e o apoio da comunidade internacional para restaurar a paz.
Ao encerrar sua mensagem de Natal, Leão XIV reforçou que o verdadeiro espírito da data cristã exige compaixão, solidariedade e compromisso concreto com a vida humana, especialmente onde ela é mais ameaçada.
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