A poucas horas do início do conclave a imprensa do mundo todo volta os olhos e intensifica as apostas sobre quem será o chefe da Igreja Católica. Com o voto secreto, as especulações em torno dos possíveis nomes aumentam e na relação dos cardeais com chances de suceder Bento XVI, há brasileiros, argentinos, colombianos, asiáticos, africanos, europeus, canadenses e norte-americanos. Uma das apostas da imprensa internacional é brasileiro. O gaúcho, arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer de 63 anos.
Descendente de imigrantes alemães da região do Sarre (Saarland), Dom Odilo Pedro Scherer nasceu em 21 de setembro de 1949 em Cerro Largo, região das Missões, interior do Rio Grande do Sul é formado em Teologia, pelo Studium Theologicum da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, é mestre em Filosofia e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e domina vários idiomas, como eles alemão, italiano e latim. Nascido nasceu em uma família de 13 filhos, desde cedo, demonstrou vocacão para o sacerdócio, estudando no Seminário São José, em Toledo, no Paraná, no Seminário Menor São José, em Curitiba, e na Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Ordenado padre em 1976, em Toledo, no Paraná, dom Odilo Integrou a Congregação para os Bispos da Cúria Romana de 1994 a 2001. Foi secretário geral da CNBB (Conferência Nacional de Bispos do Brasil) de 2003 a 2007.
Tornou-se bispo em 2002 e no ano de 2007 foi ordenado cardeal pelo Papa Bento XVI. Atualmente é Arcebispo da Diocese de São Paulo, a maior do país.
O nome de dom Odilo passou a ser citado com mais frequência, embora ainda ocorram menções a outros candidatos e durante missa celebrada pelo no domingo (10) repórteres, fotógrafos e cinegrafistas italianos, espanhóis, portugueses, norte-americanos e canadenses lotaram a Igreja de Sant'Andrea (Santo André, em português), no centro de Roma, para assistir à cerimônia rezada pelo brasileiro Roma.
Questionado sobre ser um dos nomes fortes ao cargo, dom Odilo não reconhece essa condição e inclusive exorciza o próprio termo.Candidato? Nem pensar. Mas o arcebispo de São Paulo não conseguiu ignorar as várias câmeras e microfones de jornalistas de várias partes do mundo que lotaram o pequeno templo próximo ao Palácio Quirinale, em Roma.
Falando em italiano, alemão e português, o cardeal estava visivelmente animado e distribuiu sorrisos, cumprimentos, hóstias e bênçãos. E recebeu flashes, aplausos e incentivo dos poucos fiéis que participaram da celebração. “Tanto jornalista pra participar da missa. Que maravilha”, repetia.
Modernidade e tradição
Scherer é tradicionalista e preocupado com a crescente força das igrejas evangélicas no Brasil em detrimento do catolicismo.No site de sua arquidiocese e em jornais, o arcebispo de São Paulo expõe suas opiniões sobre assuntos importantes regularmente. Também é bastante ativo no Twitter e tem mais de 20.000 seguidores em sua conta @DomOdiloScherer.
No passado, ele criticou o estilo padre Marcelo Rossi, fenômeno que já vendeu milhões de CDs, DVDs e livros. “Os padres não são celebridades", disse Scherer em 2007. "A missa não deve transformar-se em um show". Ainda assim, Scherer assistiu em novembro passado à missa de inauguração do maior templo católico do Brasil, ministrada por Rossi.
Scherer é visto como uma figura mais tradicional e um ferrenho defensor da vida. Quando o Supremo Tribunal Federal, em 2012, legalizou o aborto de anencéfalos, ele ganhou as manchetes ao perguntar quem seriam os próximos, segundo a corte, a serem considerados indignos de viver.
(DOL)
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