Basta cair um pouco a tarde para que, da orla de Belém, passe a se avistar uma movimentação diferente nos rios que cercam a capital paraense. Se antes ocupados prioritariamente pelos “po-po-pôs”, hoje as tradicionais embarcações ribeirinhas dividem espaço também com as lanchas e jet skis dos que encaram o rio como mais uma opção de lazer na cidade. De acordo com a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), o Estado do Pará possui, em média, 4.800 pessoas habilitadas a conduzir esse tipo de embarcação.
Há cerca de 10 anos as opções de lazer do empresário Kennyston Mourão, 40 anos, inclui a possibilidade de navegar pelos rios de Belém, em embarcação própria, quando quiser. Nos finais de semana de sol, ele conta que é comum ele se dirigir até a marina da qual é associado e se preparar para descer com a lancha que possui para se divertir com a família e os amigos. “Quem tem lancha costuma descer quase todo final de semana. Apesar do custo, é uma excelente forma de desestressar, se divertircom a família”, garante.
Kennyston lembra que a primeira embarcação que teve foi um jet ski. Na época, ele lembra que a esposa, a advogada Romena Mourão, 35 anos, não gostou muito da ideia. Mas não demorou muito para que ela também se encantasse pela vida náutica. “Depois do jet nós compramos uma lancha menor e depois trocamos pela que temos hoje. Hoje em dia as embarcações são mais acessíveis e há, inclusive, consórcios, linhas de crédito específicas. Antes era mais restrito”.
A experiência mantida já há algum tempo por Kennyston lhe permitiu perceber certa evolução nesta área. Ele lembra que, hoje, a própria Ilha do Combu já dispõe de uma boa variedade de restaurantes que recebem visitantes e, inclusive turistas, a todo o momento, sobretudo aos finais de semana. “Antes a gente podia contar só com o Iate Clube. Hoje já temos diversas marinas espalhadas por Belém e Ananindeua e com excelente estrutura”.
O crescimento da prática do esporte também é percebido pelo empresário Oscar Ribeiro, 47 anos. Desde 2010 ele pilota jet-ski e, de lá para cá, tem observado uma quantidade cada vez maior de pessoas praticando esportes náuticos em Belém, sobretudo lanchas, jet skis e stand up paddle, barcos a vela, etc. “Sempre dou prioridade a passeios curtos aqui pelas redondezas. Porém, tenho amigos que gostam de passeios distantes, mas é muito cansativo”, conta, ao lembrar que sempre conta com uma companhia especial. “Saio no jet pelo menos4 vezes no mês”.
Da mesma forma que aconteceu com Kennyston, o gosto pelos esportes náuticos mantido por Oscar também contagiou outras pessoas da família. Ele conta que a irmã e o cunhado também foram “fisgados por esse hobby”. “Sem dúvida nenhuma é uma excelente forma de diversão e, principalmente, é uma terapia, pois quando estou na água consigo esquecer todos os problemas causados pelo stress do dia a dia”, afirma.
MARINAS
De acordo com a CPAOR, existem 7 marinas registradas na Região Metropolitana de Belém (RMB) até o momento, número que permanece o mesmo de 2018. Em 2016 eram 6 as marinas registradas. A Capitania informa, ainda, que para que ofereçam a segurança necessária, as marinas são fiscalizadas regularmente por equipes de Inspeção Naval.
PARA ENTENDER
Habilitações no Pará: 560 pedidos de habilitações náuticas foram recebidos no Pará ao longo de 2018, segundo a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR).
95 pedidos já foram recebidos em 2019.
SEGURANÇA
No que se refere à segurança da navegação, a CPAOR informa que é necessário ser maior de 18 anos para ter a carteira de habilitação para pilotar lanchas ou jet skis. A carteira é emitida pela própria Capitania, mediante a realização de aulas práticas e teóricas em uma marina cadastrada. Após aprovação no exame, o indivíduo pode receber a habilitação.
A CPAOR orienta, ainda, que não é recomendado navegar pela Baía do Guajará no período da tarde nos meses de setembro outubro e novembro.
Não é permitido trafegar em áreas de banhistas, devendo manter distância mínima de 200 metros de praias.
Também é necessário respeitar o limite de velocidade quando cruzar com outras embarcações; usar coletes salva-vidas e chave presa ao pulso.
Fonte: Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR)
(Cintia Magno/Diário do Pará)
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