
Palco do mais recente massacre do sistema carcerário, o Centro de Recuperação Regional de Altamira tem a maioria dos seus presos sem julgamento. O levantamento é da Defensoria Pública do Pará e não inclui a situação jurídica dos 62 internos mortos. Atualmente, há 206 internos no presídio, parcialmente incendiado durante a rebelião da última segunda-feira (29). Desses, 120 são provisórios, 69 foram condenados e 17 têm tanto condenação quanto processos não julgados.
A necropsia dos mortos foi concluída pelo IML, ou seja, já foi feita a coleta de material genético, e, até o início da tarde desta quinta-feira (1º), 28 já tinham sido liberados para sepultamento. O caminhão frigorífico com os corpos foi levado a um quartel da PM por questões de segurança e para desobstruir a rua.
A unidade tem capacidade para 208 internos, mas abrigava cerca de 300 presos quando houve a rebelião.
Inspeção do do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) no ano passado classificou as instalações como "péssimas". Além de superlotada, avaliou que "o quantitativo de agentes é reduzido frente ao número de internos custodiados".
Após o caso, o Governo do Pará dará posse a 485 agentes aprovados no último concurso da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), já no próximo sábado (3), além de anunciar a convocação de 642 excedentes aprovados e não classificados no certame.
Na quarta-feira (31), 40 agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) chegaram a Belém, para atuar no treinamento dos novos agentes prisionais da Susipe.
Mortes em Altamira
O confronto entre o Comando Classe A (CCA) e o Comando Vermelho (CV), ocorrido no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRA), ocorreu na manhã do dia 29 de julho, por volta de 7h, no momento da destranca das celas para a primeira refeição do dia. A ação dos presos e o incêndio nas instalações da unidade penitenciária foram contidos às 10h10 pelo Grupo Tático Operacional da Polícia Militar. Entre os mortos, 16 presos foram encontrados decapitados. O trabalho de remoção dos corpos dos demais, que morreram asfixiados, está sendo feito pelo Instituto Médico Legal de Altamira.
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