Igor também foi vítima de um golpe e teve muitos transtornos. | Arquivo Pessoal
O acesso à internet garante uma série de facilidades para os usuários, mas também pode trazer sérios riscos. Um exemplo disso são os golpes praticados nas redes, que têm feito cada vez mais vítimas. Seja através de mensagens eletrônicas, por e-mail ou em redes sociais, entre outros, os cibercriminosos usam diversos atrativos que acabam se tornando armadilhas para os tão temidos golpes.
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SP), entre os meses de março de 2018 e 2019, cerca de 8,9 milhões de brasileiros foram vítimas de fraudes. Desse total, 3,65 milhões de pessoas tiveram seus cartões de créditos clonados, que se tornou o golpe mais comum no país.
Entre as principais explicações para esse tipo de crime estão a expansão do comércio online, o uso de aplicativos, uso de "maquininhas" ligadas a rede Wi-Fi, entre outros. Sem dúvidas, o número de vítimas serve como alerta para quem costuma realizar compras online.
A auxiliar de escritório, Andréa Machado, está entre as estatíticas de vítimas de compras na internet. Em dezembro do ano passado, ela foi surpreendida pela ação de criminosos que clonaram o seu cartão de crédito e efetuaram compras online. "Em um dia, de madrugada, começou a chegar mensagem no aplicativo do cartão, informando que estavam fazendo compras pela internet. Rapidamente entrei em contato com a central de atendimento e eles bloquearam o meu cartão. Após isso, abriram uma sindicância para analisar a situação e verificaram que eu não tinha feito a compra. Depois disso, fizeram um estorno no cartão", explicou.
A prática de clonagem é mais comum do que se pensa. Para se ter uma ideia, dados o Raio X da Fraude 2018, da consultoria Konduto, mostram que a cada 6,5 segundos houve uma tentativa de fraude no ano passado no e-commerce brasileiro.
CUIDADOS
A facilidade para fazer compras online pode trazer uma série de riscos para quem costuma usar o cartão de crédito. Para isso, basta ter em mãos o nome do consumidor, o número e o código de segurança escrito do cartão. Algumas medidas de segurança podem e devem ser tomadas para evitar transtornos. Confira:
"Agora eu tento não dar o meu cartão na mão de ninguém, quando vou comprar em algum lugar, sempre peço para passarem o cartão na minha frente. Passei a ficar mais atenta. Hoje
em dia, evito comprar em estabelecimentos pequenos, pois as chances de clonarem o cartão são maiores", destacou Andréa.
A assistente de escritório ainda ressaltou a importância dos aplicativos em casos de golpe. "Eu também fico o tempo todo de olho no meu aplicativo. Inclusive, isso é muito importante, pois facilita o controle no nosso celular. Se eu não tivesse o aplicativo, tudo poderia ter sido diferente. Eu só ia saber da compra quando a fatura chegasse e, talvez, nem fosse possível solucionar o meu caso. Se eu não tivesse visto na hora e esperasse alguns dias para reclamar, com certeza teria um grande trabalho. Graças a Deus que a operadora do cartão resolveu tudo sem muita burocracia", finalizou.
FALSIDADE DE E-MAILS E BOLETOS
Uma das práticas elaboradas pelos cibercriminosos também está no ranking dos principais tipos de golpes na internet. A fraude eletrônica consiste na tentativa de adquirir dados pessoais de diversos tipos. Através da falsidade de e-mails e boletos, os criminosos têm acesso a dados de clientes de diversos setores. Tudo é feito de forma cautelosa, o que torna quase impossível de não cair na armadilha.
O jornalista Igor Augusto caiu nesse tipo de golpe em fevereiro deste ano. Na época, o profissional estava com uma conta telefônica em atraso há poucos dias. Através do e-mail, ele supostamente recebeu uma proposta com desconto para quitar a dívida com a empresa. Segundo o jornalista, o e-mail, com o boleto para negociação da dívida, tinha todas as características dos e-mails que costumava receber em nome da operadora.
"Os criminosos usaram tudo da empresa. O e-mail era idêntico ao da operadora. Como eles tinham acesso ao meu CPF, meu nome completo, todos os meus dados pessoais? Então, achei que era da empresa mesmo. Fui lá e paguei o boleto. Um tempo depois, a empresa me ligou e informou que eu estava em atraso há mais de um mês e eu estranhei. Disse que tinha
pago e enviei o boleto pago. A partir disso, a operadora detectou que vários clientes estavam sendo vítimas desse golpe", contou o jornalista.
Os transtornos estavam apenas começando. Apesar da empresa reconhecer que o cliente tinha sido vítima de um golpe, as ligações de cobrança permaneceram. Após diversas tentativas de solucionar o problema diretamente com o consumidor, Igor realizou uma denúncia no site da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "A partir desse contato com a Anatel, tudo foi resolvido bem rapidamente. Em apenas uma semana, a Anatel falou com a empresa, que informou que daria baixa à fatura que supostamente eu estava devendo. Com isso, acabaram as cobranças", explicou.
A partir do ocorrido, o jornalista buscou ter mais atenção com e-mails e boletos de empresas. "Agora retiro os boletos apenas no site da empresa e em caso de receber uma proposta por e-mail, ligo para a central de atendimento e confirmo a informação. O mesmo vale para ligações telefônicas. Se não for o telefone institucional da empresa, não atendo e muito menos confirmo os meus dados", ressaltou Igor Augusto.
ALERTA AOS PAIS
A prática de golpes na internet é algo cada vez mais comum e esse tipo de crime não tem atingido apenas o público adulto. A facilidade com que as crianças têm para acessar o WhatsApp e as redes sociais tem se tornado alvo fácil para os golpistas. Como forma de atrair as crianças, os cibercriminosos criam conteúdos atrativos para os pequenos. Um exemplo disso é um golpe que tem circulado pela internet, onde uma imagem da Turma da Mônica faz uma proposta para a criançada.
O conteúdo da mensagem, que traz personagens icônicos como o Cebolinha, Mônica, Magali e Cascão, afirma que está em buscar de um "novo amigo". Porém, para fazer parte da turma, os pequenos precisam comentar "o número de cartão de crédito da mamãe", "os 3 numerozinhos atrás” e a “data de expiração”.
Manter as crianças seguras no mundo digital não é nada fácil. A internet é cheia de perigos e está cada vez se tornando motivo de preocupação para os pais. Mas o que fazer para não deixar os pequenos caírem em armadilhas?
COMO SE PROTEGER NA INTERNET
Assim como buscamos segurança em diversas situações em nosso dia-a-dia, o uso da internet na hora de efetuar comprar requer cuidado redobrado. Confira a seguir algumas dicas para não cair em armadilhas de cibercriminosos:
1- Proteja informações pessoais
Se alguém tiver acesso a dados pessoais como talão de cheques, cartões de crédito, número de CPF, conta bancária entre outros, poderá solicitar cheques e preenchê-los em seu nome. Poderá também assumir sua identidade, fazer compras com o seu cartão, entre muitos outros crimes.
Então, o que aprendemos disso é que é muito importante proteger seus dados pessoais. Suas informações são extremamente valiosas e precisam ser mantidas em segurança. Não as
entregue a qualquer um; pense no que pode acontecer caso entregue essas informações a pessoas erradas.
2- Tenha bom senso
Sabe aquelas propostas irrecusáveis, com atrativos sem igual? Parece bom demais pra ser verdade? Estão te oferecendo “o segredo do século” ou dinheiro fácil demais? Você
recebeu uma mensagem ou e-mail dizendo que você ganhou um presente (como um Iphone) e precisa enviar dados pessoais para recebe-lo? Então é provável que seja mentira.
Não caia nessa. O bom senso deve prevalecer nesses casos. Antes de tomar uma decisão e aceitar algo duvidoso, pense bem sobre a proposta.
3- Faça negócios apenas com pessoas de boa reputação e nunca tenha pressa
Se você parar pra pensar, vai perceber que os golpistas sempre utilizam as mesmas técnicas para fazer novas vítimas e, geralmente, eles exigem uma certa pressa de seu alvo
usando frases como "inscrições acabam hoje!", "oportunidade única!" e coisas do tipo. Não perca tempo e fuja desse tipo de situação.
Outro ponto importante é fazer negócio apenas com empresas de boa reputação ou que sejam transparentes sobre os produtos e serviços que oferecem. Nesses casos, é fundamental fazer pesquisas, pedir informações e analisar cuidadosamente para ter certeza que o negócio será feito de forma segura.
Bom senso, pesquisa e conhecimento sobre o assunto são os pilares que vão manter a sua segurança na internet.
(Paloma Lobato/DOL)
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