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CONVÍVIO

Saiba quais são as melhores raças de cachorros para casas com crianças

O último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta o Brasil como o quarto país do mundo em número de animais de estimação, com uma população de 132,4 milhões, sendo 52 milhões apenas cães. A presença cada ve

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Imagem ilustrativa da notícia Saiba quais são as melhores raças de cachorros para casas com crianças camera Médica veterinária Andressa Leitão. | Wagner Santana/Diário do Pará

O último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta o Brasil como o quarto país do mundo em número de animais de estimação, com uma população de 132,4 milhões, sendo 52 milhões apenas cães. A presença cada vez mais constante dos caninos na rotina das famílias é evidente. Porém, quando se tem filhos pequenos em casa uma dúvida que pode surgir é sobre que tipo de cão é o mais indicado para o convívio com as crianças.

Médica veterinária, Andressa Leitão destaca que, diferente do que muitos pais costumam pensar, os cães de porte muito pequeno não são os mais indicados. O ideal seria priorizar os cães de porte médio. “O ideal é que não seja tão pequeno porque o risco de acidente com animais muito pequenos é muito maior. Quando o animal é muito pequeno, a criança pode querer ficar carregando e um dos riscos é o de queda do animal, por exemplo”.

Considerando o porte mais adequado, a veterinária cita raças como o buldogue francês, o beagle, o pug, o schnauzer, o shih-tzu, o poodle e até os maiores golden retriever e labrador. “O buldogue francês, o beagle, o schnauzer, o golden retriever, o labrador são muito dóceis, pacientes e aceitam muito bem as crianças”, destaca. “Agora é preciso considerar que o golden e o labrador são cães de muito exercício e que, portanto, precisam gastar mais energia, precisam de passeios mais frequentes”.

Dentro desse processo de escolha, uma dica apontada pela veterinária é a opção de introduzir o contato da criança com o cachorro ainda na fase de filhote. “O filhote é uma boa opção porque ele e a criança podem crescer juntos. Mas é preciso deixar claro para a criança que os animais também sentem dor”, aponta.

Desenvolvimento

Mais do que aprender sobre a necessidade de respeitar os limites do outro, o convívio com um animal de estimação pode contribuir em muito mais com o desenvolvimento de uma criança. Psicóloga educacional e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Niamey Granhen aponta que a noção de responsabilidade é um dos grandes benefícios dessa relação. “A responsabilidade, o respeito e a própria troca afetiva com o animal são fatores de contribuição para o aprendizado da criança dentro do seu processo de desenvolvimento”.

Médica veterinária Andressa Leitão.
📷 Médica veterinária Andressa Leitão. |Wagner Santana/Diário do Pará

De qualquer modo, a psicóloga destaca que os pais precisam observar a maturidade da criança. “Uma criança com 10 anos, por exemplo, já tem mais maturidade para assumir algumas responsabilidades, claro, com a supervisão de um adulto: como dar o alimento, observar os horários, a necessidade de fazer a higiene do animal”.

A maior noção das responsabilidades assumidas diante da chegada de um animal na família ficou evidente depois que o golden retriever Mickey passou a ser o grande companheiro do estudante Vinícius Tadaiesky. Aos 8 anos, é o Vinícius quem dá a comida do Mickey, quem acompanha nos passeios, quem mais se preocupa em não deixar objetos pequenos pelo chão para que o amigo não acabe engolindo.

“Na época o Vinícius se propôs a cuidar do Mickey, mas a gente achava que ele não iria fazer porque ele era uma criança de sete anos, mas ele o fez e continua fazendo até hoje. Então o Mickey trouxe muita responsabilidade para ele”, explica a mãe de Vinícius, Fernanda Tadaiesky, 41 anos.

Fernanda explica que o Mickey entrou para a família a partir de um desejo do próprio Vinícius. Depois de a família atender a um pedido de uma amiga para cuidar do seu animal de estimação, uma cachorra também golden retriever, Vinícius se encantou pela raça e pediu aos pais que pudessem ter um animalzinho também.

“A Bela ficou 15 dias lá em casa e o Vinícius se apaixonou por ela. Quando a Bela foi embora, deixou muita falta e a gente via o Vinícius triste, com saudades”, conta Fernanda. “O Vinícius era uma criança muito sozinha por ser filho único e morar em um condomínio fechado, então o Mickey veio para ser o companheirão dele”.

O companheirismo mantido entre os dois fica evidente assim que o Vinícius chega em casa. Muito calmo e tranquilo, ao ver a criança Mickey imediatamente se enche de animação e energia para brincar. Quando não tenta oferecer uma bolinha para o Vinícius jogar, Mickey se contenta em receber um carinho, quieto ao lado do companheiro. “Dá pra ver que o Mickey é muito fofo, muito alegre, muito brincalhão, muito sapeca, então eu me sinto muito feliz com ele”, avalia o estudante.

Quando se trata dos efeitos causados pelo comportamento peralta e amistoso do animal de estimação, o que se percebe é que não foi apenas ao Vinícius que o Mickey conquistou. “Claro que um animal exige todo um trabalho e cuidado, mas a felicidade que ele traz para a família e para o meu filho não tem preço”, afirma, emocionada, Fernanda. “Esse carinho é inexplicável. Se você está chateado, triste ou estressado, eles estão lá sorrindo pra você, pedem um carinho e você muda o seu humor. Eles são um espírito de luz”.

Interação

A psicóloga educacional Niamey Granhen aponta que muitos estudos têm mostrado resultados positivos no contato de animais com crianças que tenham alguma dificuldade de interação social. “O animal é diferente do humano em relação às expectativas, à cobrança de retorno da afetividade. O animal normalmente passa a ter uma lealdade em relação àquele sujeito que está mais próximo e um respeito em relação à individualidade da criança, então isso é muito bom, mas, claro, é necessário haver um monitoramento e um avanço gradativo na aproximação”.

Confira algumas características de 8 raças

Buldogue francês

Peso: Entre 9 e 13 kg

Expectativa de vida: 12-14 anos

Personalidade: São bons companheiros. São inteligentes, mas podem ser um pouco teimosos.

Com as crianças: Ótima companhia para crianças. A raça é muito afetuosa e desenvolve um instinto protetor em relação aos pequenos.

Beagle

Peso: Entre 9 e 13,5 kg

Expectativa de vida: 10-15 anos

Personalidade: Dócil e aventureiro

Com as crianças: É carinhoso e brincalhão

Pug

Peso: Entre 6 e 8 kg

Expectativa de vida: 13-15 anos

Personalidade: É sociável e fiel

Com as crianças: Inteligente e brincalhão, se dá bem com outros animais, crianças e idosos.

Schnauzer

Peso: Entre 5 e 7 kg

Expectativa de vida: 12-14 anos

Personalidade: Bastante sociável e brincalhão, gosta de ser o centro das atenções.

Com as crianças: Por ser alegre e bastante família, tem uma boa relação com as crianças. O ideal é fazer com que ambos tenham espaço para brincar livremente.

Golden Retriever

Peso: Entre 25 e 34 kg

Expectativa de vida: 10-12 anos

Personalidade: Inteligentes, obedientes, gostam de aprender e agradar.

Com as crianças: Adora companhia e é um ótimo parceiro

para a garotada.

Labrador

Peso: Entre 25 e 36 kg

Expectativa de vida: 10-12 anos

Personalidade: Muito amigáveis e ótimas companhias. Têm temperamento gentil e dócil.

Com as crianças: Por serem sociáveis, de fácil adaptação e dóceis, os labradores são ótimos com crianças e idosos.

Shih-tzu

Peso: Entre 4 e 7 kg

Expectativa de vida: 10-16 anos

Personalidade: Gosta de brincar

Com as crianças: Se dá bem com todo mundo, o que inclui outros animais, pessoas estranhas

e crianças.

Poodle

Peso: Entre 4 e 7 kg (miniatura) e entre 27 e 32 kg (standard ou gigante)

Expectativa de vida: 10-18 anos

Personalidade: Muito brincalhões

Com as crianças: Em geral, se dá bem com crianças.

Fonte: Guia de Raças – Dog Hero.

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