Com muita música e reivindicação de direitos, Icoaraci recebeu no último domingo (17) a 11ª Parada LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex). O evento mobilizou 20 mil pessoas, segundo os organizadores.
A 11ª Parada LGBTI percorreu um quilometro até chegar ao trapiche de Icoaraci. Animaram a festa o trio elétrico Faraó e a DJ Gada e houve shows de drag queens.
“Já é crime você agredir um LGBTI. É uma grande vitória na nossa luta de tantos anos, mas a sociedade ainda não respeita. Nós temos a Lei Maria da Penha, sou uma mulher lésbica e posso dizer que os homens não nos respeitam. As mulheres continuam morrendo assim como o LGBTI continua sendo agredido e morrendo. E o que a gente pede para a sociedade é respeito acima de tudo”, disse a DJ Gada, coordenadora do evento.
A parada levou muita alegria para a orla do distrito. Rafael Magalhães, de 19 anos, vestido com um figurino para lá de colorido, se divertiu.
“Sempre que eu passava pela rua as pessoas se referiam a mim como a coitadinha: “Olha, lá vai a coitadinha”, diziam. Aí eu adotei esse apelido. Mas hoje, de coitadinha só tenho o nome e a fantasia. Vim comemorar nossa vitória LGBTI. Agredir um LGBTI agora é crime, era disso que nós precisávamos”, disse.
A necessidade de políticas de saúde para o segmento foi destacada por ativistas.
“Sou homem trans e militante das causas dos LGBTI e me preocupo muito com a política pública de saúde LGBTI. Tenho 58 anos e luto para que nossa população tenha seus direitos preservados”, disse Rai Carlos Durans, represente da Associação de Gays, Lésbicas e Transgêneros do Pará.
Paz - Ao longo do trajeto representantes de movimentos sociais tiveram a oportunidade de falar sobre a importância e os objetivos da parada. Foi defendida a construção de uma cultura de paz para população LGBTI.
“Em maio deste ano foi criada a Coordenadoria da Diversidade Sexual de Belém (CDS) para que pudéssemos trazer uma cultura de paz para a nossa população LGBTI, principalmente no que diz respeito à criminalização da homofobia e à garantia de direitos de várias políticas, como as de educação, saúde, cultura, esporte, lazer, emprego e renda. Precisamos fazer valer nossos direitos”, afirmou Cledson Sampaio, coordenador da CDS.
O evento foi promovido pelo Movimento de Mulheres Lésbicas e Bissexuais do Estado do Pará (LesbiPará), com o apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Coordenadoria da Diversidade Sexual de Belém (CDS) e da Agência Distrital de Icoaraci (Adic).
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