Nova série de maquetes, com a Casa das Onze Janelas, inicia hoje

A construção retilínea e margeada pela Baía do Guajará que hoje integra o Complexo Feliz Lusitânia já foi morada de um rico senhor de engenho que viveu em Belém no século XVIII. De lá para cá, a construção histórica conhecida como Casa das Onze Janelas passou por intervenções do arquiteto italiano Antônio Landi e serviu de hospital militar até que, em 2002, assumisse a função de espaço museológico. Toda a história guardada pela construção é a primeira a ser retratada, em forma de miniatura, pela série ‘Belém 404 anos’, que inicia neste domingo (29) em homenagem ao aniversárioda capital paraense.

Mais uma iniciativa do DIÁRIO, a série homenageará a importância histórica e patrimonial de três importantes construções que compõem o cenário de Belém. Além do Museu de Arte Contemporânea e Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, o Colégio Paes de Carvalho e o Mercado de São Brás também chegarão aos leitores reproduzidos em forma de maquete. Nesta edição, devido à complexidade das edificações, cada maquete será encartada em mais de uma prancha. A primeira prancha da Casa das Onze janelas é publicada hoje e a segunda na edição de amanhã (30), completando o casarão.

Conhecida dos paraenses por sua beleza imponente e, ao mesmo tempo, conectada com a natureza amazônica, a Casa das Onze Janelas é uma das unidades que compõem o Sistema Integrado de Museus e Memoriais da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Titular da secretaria, Úrsula Vidal destaca a importância do espaço não apenas para o patrimônio histórico da cidade, como também enquanto espaço de convivência para a população. “A presença de Antônio Landi em Belém no século XVIII é muito forte nessa memória do patrimônio arquitetônico da cidade e essa é uma das obras que sofreu intervenção de Landi e que faz parte do complexo Feliz Lusitânia”, considera. “Um complexo arquitetônico e paisagístico muito importante não só para a história da cidade, como para o próprio acesso ao rico acervo de artes plásticas que temos hoje”.

No caso do Museu Casa das Onze Janelas, o foco está na arte contemporânea e moderna, com exposições mantidas em suas salas que ocupam tanto o andar térreo, quanto o superior, cuja fachada é tomada por onze janelas. Aos fundos, com vista para a baía do Guajará, um belo jardim faz a conexão perfeita entre a construção histórica e a natureza exuberante.

REFORMA

Toda essa riqueza esteve de portas fechadas para a população durante meses, desde meados de agosto de 2018, quando o museu foi fechado para reforma. A reinauguração do espaço, completamente revitalizado e restaurado, ocorreu em outubro de 2019, retomando as exposições de seu rico acervo. “É um espaço de pertencimento para a população, portanto é muito visitado”, considera Úrsula Vidal. “Quando reabrimos a Casa das Onze Janelas havia uma expectativa muito grande. Ela ficou fechada durante muito tempo, então havia um desejo da população usufruir novamente desse espaço com todas as possibilidades que ele oferece”.

A construção inserida no centro fundacional de Belém, tendo como vizinho o Forte do Presépio, chega às mãos dos leitores de uma forma diferente a partir de hoje, quando é encartada a primeira lâmina com os desenhos a serem recortados e montados. Já na edição de amanhã (30), será possível ter acesso à segunda lâmina que completará a construção. Unindo os recortes das duas publicações gratuitas, basta montar e ter nas mãos os detalhes do casarão em formato de miniatura.

A série ‘Belém 404 anos’ tem patrocínio da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), Hapvida, Hydro e apoio institucional da Vale. As maquetes foram desenvolvidas a partir da consultoria do artista plástico Armando Sobral.

Cronograma de Publicação

- 30/12 – Casa das Onze Janelas (segunda prancha)

- 05 e 06/01 – Colégio Paes de Carvalho

- 12, 13 e 14/01- Mercado de São Brás

HISTÓRIA

Conheça mais detalhes sobre a história do Museu de Arte Contemporânea e Espaço Cultural Casa das Onze Janelas

- Originalmente a construção era chamada de Palacete das Onze Janelas.

- Com data de construção da metade do século XVIII, a casa avarandada era propriedade de Domingos da Costa Bacelar, rico proprietário de engenhos de açúcar.

- Apesar da imponência da construção, a casa era utilizada apenas aos finais de semana, já que o dono de engenhos costumava passar a maior parte do tempo em suas propriedades no interior.

- Em 1768 o casarão foi adquirido pelo Governo do Grão-Pará para abrigar um hospital militar chamado de “Hospital Real”. Para tal, a edificação passou por intervenções do arquiteto italiano Antônio José Landi.

- Após 1870, o espaço abrigou outras atividades militares, como o Corpo da Guarda e a Subsistência do Exército.

- Em 2002, após assinatura anterior de um convênio entre o Exército Brasileiro e o Governo do Pará, o casarão passou a compor oficialmente o Complexo Feliz Lusitânia, adotando perfil museológico.

- Em 2018 o museu passou um período fechado.

- Em outubro de 2019 o Museu de Arte Contemporânea e Espaço Cultural Casa das Onze Janelas foi reaberto ao público, completamente revitalizado.

Fonte: Secult e IBGE.