A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizou
ações de combate à hanseníase no bairro Icuí-Guajará, em Ananindeua, neste
sábado (25). A programação da campanha "Janeiro Roxo", que busca
orientar sobre a prevenção e conscientizar que a doença tem cura, integrou o
Programa Territórios pela Paz (TerPaz). As atividades foram realizadas de forma
simultânea também no Benguí e Cabanagem, em Belém. Ao todo, quatro casos com
manchas e lesões foram clinicamente identificados como hanseníase.
No Icuí-Guajará, o trabalho de prevenção ocorreu na Escola
Estadual Maria de Nazaré Marques Rios. Cerca de 200 pacientes que tiveram a
doença desde 2009 no bairro foram mobilizados para um novo atendimento.
"Os agentes municipais de saúde percorreram a comunidade em busca de
pessoas que tiveram contato com os doentes e novamente estivemos aqui, para
atender quem quiser investigar sinais suspeitos na pele", explicou o
coordenador do Programa de Controle de Hanseníase pela Sespa, Bruno Pinheiro.
Os casos suspeitos foram encaminhados para atendimento
especializado com médico hansenólogo Apolônio Cavalcante, que atendia os
pacientes em sala reservada. "Cada um correspondeu a um grau de
desenvolvimento da doença. Assim foram encaminhados para tratamento e tiveram,
com toda a tranquilidade, as orientações médicas de como devem se portar até a
cura. Só não poderão interromper a administração dos medicamentos porque a
doença se torna resistente", aconselhou.
As recomendações do médico aliviaram as preocupações da dona
de casa L.D., que levou a filha A.S.D, de 17 anos, já desconfiada de pequenas
manchas na pele, da falta de força nas mãos e da doença que acometeu o
ex-namorado da adolescente. "Eles ficaram juntos por três anos e hoje sei
que ele está na batalha pra se curar. Quando vi minha filha desse jeito, desconfiei
da transmissão. Tenho fé que vai sair dessa, com certeza. Ainda bem que ela viu
no Facebook que haveria esse atendimento tão pertinho da gente", disse.
Por outro lado, o aposentado A.S.P, de 58 anos, apresentou
sinais de resistência à doença e admitiu que foi negligente. "Não foi por
falta de conselho. Abandonava o remédio e depois voltava. Mas as manchas estão
grandes e vou dar um freio nisso também por causa das dores, coisa que não
tinha antes", disse o usuário, que após a triagem foi examinado pelo
hansenólogo e já saiu encaminhado para tratamento na Unidade de Referência
(URE) Marcello Cândia, da Sespa, que atende casos de hanseníase em média complexidade.
A avó materna do estudante M.E.C.V, de seis anos,
desconfiada de algumas manchas resolveu levá-lo para receber atendimento. O
caso foi diagnosticado como clinicamente inicial, que deverá ser tratado na
Unidade de Saúde do bairro. "O que faltava era essa orientação, pois nunca
me deixaram claro o que ele tem. Gostei muito de ter vindo aqui. E tudo foi
muito rápido", disse a avó do menino.
O trabalho de prevenção a hanseníase no Icuí foi realizado
de forma simultânea nos bairros Benguí e Cabanagem, em Belém, pelo programa
TerPaz. Na Cabanagem, a ação deste sábado detectou um caso da doença. "São
bairros que estão entre os que têm maior incidência de casos de hanseníase e as
ações realizadas pelo TerPaz contribuem para o atendimento da demanda reprimida
nessa área, ou seja, atender às pessoas que têm dificuldade de conseguir
consulta para diagnóstico qualificado na rede básica de saúde por diversos
motivos", disse Bruno Pinheiro.
Dia de Luta
As ações alusivas à campanha "Janeiro Roxo"
continuarão neste domingo (26), na praça matriz de Marituba, por conta do Dia
Mundial de Luta, quando haverá oferta de consultas com médicos hansenólogos,
para a avaliação clínica de casos suspeitos de hanseníase.
Já no domingo à tarde, haverá uma divulgação da campanha no
Mangueirão, durante a partida de futebol entre o Clube do Remo e Carajás.
Mensagens educativas serão transmitidas por meio do telão. "O objetivo é
chamar a atenção dos torcedores para os sinais e sintomas da hanseníase, que,
muitas vezes, passam despercebidos, e enfatizar que a doença tem cura",
disse Bruno Pinheiro.
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