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Lanches de rua são tradição e alternativa de renda em Belém

Desde que o casal Maria Cotita da Costa e João Ferreira Pantoja decidiu apostar na venda de comidas típicas paraenses como principal fonte de renda da família já se passaram 49 anos. De lá para cá, o carrinho localizado na avenida Nazaré, às proximidades

Imagem ilustrativa da notícia Lanches de rua são tradição e alternativa de renda em Belém camera Por meio da venda de comidas típicas como tacacá e maniçoba; de salgados, churros, entre outros produtos, famílias tiram suas rendas em carrinhos de lanches localizados em espaços bem movimentados de Belém. Vanessa Lima e Willian Santos trabalham com a venda de salgados | Ricardo Amanajás/Diário do Pará

Desde que o casal Maria Cotita da Costa e João Ferreira Pantoja decidiu apostar na venda de comidas típicas paraenses como principal fonte de renda da família já se passaram 49 anos. De lá para cá, o carrinho localizado na avenida Nazaré, às proximidades da Basílica Santuário, não apenas garantiu a criação dos nove filhos, como hoje emprega toda a família.

A venda do tacacá, do caruru, do vatapá e da maniçoba nos tradicionais carrinhos e barracas de rua já faz parte do cenário de Belém há muito tempo. E foi nesse tipo de negócio que a família de Maria Cotita e João Ferreira encontrou uma boa forma de sustento. Filho do casal, Ivanilson Costa, 41 anos, conta que até hoje o pai é o responsável por preparar as delícias que são oferecidas aos clientes de domingo a domingo, no período de 10h às 22h. “Todos os dias o meu pai acorda às 5h para preparar o tacacá, o vatapá”, conta. “Ao todo, as nove pessoas da família trabalham com essa venda. Toda a nossa renda vem daqui”.

Ivanilson Costa
📷 Ivanilson Costa |Ricardo Amanajás/Diário do Pará

Para que a clientela seja mantida ao longo de quase cinco décadas, Ivanilson revela que é preciso inovar, mesmo que o foco esteja sempre nos quatro pratos típicos da culinária paraense. “O que nós fizemos agora foi unir um com o outro. Temos a ‘varuçoba’, que é o vatapá, o caruru e a maniçoba, e temos também o ‘vatacaru’, que é o vatapá e o caruru”, explica. “Tem gente que chega querendo provar um pouco de cada um, então tem que inovar”.

Ainda assim, para Ivanilson, um quesito é fundamental para atrair e fidelizar o cliente: o sabor. Por dia, a barraca vende, em média, 5 kg de vatapá, 2 kg de caruru e 7 kg de maniçoba. “O que a gente vê é que é o gosto da comida mesmo que faz com que as pessoas voltem”, acredita. “Tem barracas que não colocam o camarão e o jambu por cima, mas aqui não pode faltar e molhado no tucupi. São essas coisas que fazem a diferença”.

Se o segredo é aliar a tradição e o sabor, outra iguaria já faz parte da história gastronômica de Belém, a coxinha. Seja nas bicicletas equipadas com estufas ou em barracas estrategicamente localizadas próximas de praças, escolas e comércios, as coxinhas não apenas saciam um desejo, como também salvam o almoço de muita gente ao longo do dia.

Na tradicional feira de artesanato da Praça da República, montada aos domingos, não falta espaço para o lanche. Além da típica coxinha de frango, entre as opções mais pedidas também estão as unhas de caranguejo e as coxinhas de camarão com jambu. Há apenas um mês, a autônoma Vanessa Lima, 37 anos, integrou o time de vendedores que oferece o lanche na Praça da República, mas a relação com o preparo das coxinhas já data de cinco anos atrás.

“Eu aprendi a fazer com o meu esposo, que já trabalhava com isso”, contou, referindo-se ao autônomo Willian Santos, 38 anos, que até hoje é o responsável pelo preparo do alimento. “Nós já vendemos na praça do Tapanã e há um mês e meio viemos para a Praça da República também”.

ORÇAMENTO

Vanessa conta que a família tem outra renda além da venda de lanches, mas destaca que as coxinhas ajudam em muito no orçamento, tanto que o casal não hesitou em expandir a atuação para a área mais central de Belém. “Em um dia de movimento bom, a gente vende cerca de 100 coxinhas por dia só aqui na Praça da República”, estima. “O meu esposo faz a preparação das coxinhas durante a noite e às 2h30 acordamos para fritar. Dá trabalho, mas a renda ajuda bastante”.

Elda Silva
📷 Elda Silva |Olga Leiria

Assim como Vanessa, a autônoma Elda Silva, 33 anos, também tem a companhia do marido para preparar as guloseimas que os dois vendem em um carrinho instalado na esquina da avenida Gentil Bittencourt com a Alcindo Cacela. Ao lado de Mário Sérgio Batista, 33 anos, Elda oferece uma boa variedade de biscoitos com ingredientes regionais, como castanha-do-pará e cupuaçu, além de amendoins caramelizados.

A habilidade para a produção dos doces, conta, foi herdada de seu avô, que iniciou o negócio que hoje envolve toda a família. “O meu avô já vendia os biscoitos e as castanhas há 14 anos e nós continuamos”, conta, ao explicar que ela e seis irmãos, além da mãe, do pai e dos tios trabalham juntos no negócio. “Nós trabalhamos de domingo a domingo. Se faltamos um dia, os clientes reclamam”.

Além dos biscoitos produzidos diariamente, ainda em casa, no carrinho o casal também prepara as castanhas e amendoins caramelizados. Este é o único item que é preparado na hora. “O que as pessoas mais gostam é do amendoim. Elas sentem o cheirinho dele sendo preparado e acabam parando”, explica Elda. “O cheiro é o chama”.

Charles Oliveira
📷 Charles Oliveira |Olga Leiria

Também não falta estratégia de venda no caso de Charles Francisco Oliveira, 33 anos. Há cinco anos ele conseguiu montar o próprio carrinho de churros e trabalha, normalmente, na rua Treze de Maio, no bairro do Comércio. Apesar do ponto tradicional, não deixa de se deslocar com o carrinho em busca de eventos que atraiam grande movimento, como jogos de futebol, por exemplo. “Eu fico atento à programação, o que vai rolar na cidade”.

Assim como o dia a dia de trabalho, a própria ideia de montar o carrinho de lanche foi planejada por Charles. Ele conta que, antes, trabalhava em um carrinho de churros e, a partir da experiência adquirida, resolveu juntar dinheiro e investir na compra do próprio carrinho e dos equipamentos para a produção do doce. Hoje o sustento dele, da esposa e dos três filhos vem da venda dos churros. “Tem noite que a gente tira R$120 a R$200, mas também tem dia que tira R$40, então varia muito”, estima. “Uma vez eu já cheguei a fazer R$1.500 em um dia. Aí é quando a gente vai pra casa numa alegria só”.

Administradora é adepta de lanches de rua

Paloma Oliveira
📷 Paloma Oliveira |Olga Leiria

Além de garantir o sustento de centenas de pessoas que têm no carrinho de lanches o seu negócio próprio, as iguarias encontradas nas esquinas, praças e pontos estratégicos da cidade também fazem a alegria de quem, em meio a correria do dia a dia, espera por um lanchinho rápido. Atraída pelo aroma do chocolate que recheia os churros, a administradora Paloma Oliveira, 36 anos, decidiu saborear o doce vendido por Charles pela primeira vez. De qualquer maneira, ela aponta que é uma boa adepta de lanches de rua. “Eu gosto mesmo. Normalmente é sanduíche, pastel, suco”, enumera. “É um lanche que oferece um preço mais acessível e rápido também, então, com certeza, é uma boa opção”.

Lanches de rua são tradição e alternativa de renda em Belém
📷 |Diário do Pará
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