A decretação de quarentena e o consequente distanciamento social vivido hoje em todos os Estados decorrente da pandemia de Coronavírus fez com que os atendimentos particulares não relacionados ao Covid-19 nos hospitais sofressem uma redução considerável. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos em Serviços de Saúde do Estado do Pará, a média de ocupação de leitos hospitalares chega hoje a 40%, em média. Nos serviços laboratoriais a situação é ainda mais crítica: apenas 20% dos exames vêm sendo realizados.
Apesar do aumento do número de casos confirmados no país, o Pará se mantém no patamar de Estado com menor incidência da doença no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Até o final da tarde desta sexta-feira (3), foram registrados 75 casos confirmados, 94 em análise e 1 mil descartados, com apenas uma morte ocorrida dia 19/03 em Alter do Chão. Por essa razão, ao menos por enquanto, não houve necessidade de reforço nos quadros de pessoal dos 115 hospitais particulares que hoje funcionam no Pará, afirma o sindicato.
Nos consultórios, os médicos fazem os atendimentos, prescrevem os mais variados tipos de exames para os quadros clínicos dos pacientes e, caso necessário, solicitam internações. “Com o distanciamento social muitas pessoas estão em casa. Adiaram exames e cancelaram procedimentos como cirurgias até que essa crise passe, apesar do risco que correm. O trânsito nas ruas reduziu, a violência caiu. Os acidentes e vítimas de assalto baixaram. Isso acabou gerando uma baixa ocupação nos hospitais”, destaca Breno Monteiro, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado do Estado do Pará (Sindesspa).
Os hospitais deixam de atender os pacientes que permanecem em casa e, ao mesmo tempo, ainda não recebem casos de Covid-19 que, no Pará, ainda são relativamente baixos. Segundo Monteiro, grande parte dos pacientes positivados com Covid-19 é jovem e está em isolamento, sendo tratado em casa. “Hoje os cerca de 20% de atendimentos que os laboratórios realizam são demandados diretamente dos hospitais. A procura direta pelo público caiu bastante”.
Ele diz que os hospitais paraenses ainda não estão superlotados por causa da pandemia. “Essa realidade ainda não chegou ao nosso Estado. Mas se chegar, e quando chegar, a rede estará preparada para fazer os atendimentos caso os protocolos sanitários continuem sendo cumpridos pela população”, reitera.
PREVISÕES
Breno ressalta ainda que é difícil fazer qualquer tipo de previsão esse momento sobre de que maneira a pandemia se comportará aqui daqui a um, dois meses. “A realidade hoje é que muitos serviços estão esvaziados e até fechados nos hospitais por falta de pacientes. Até o setor de maternidade, cujo movimento continua, caiu bastante”, diz. Ele cita o exemplo de Brasília. “Lá os casos começaram a circular há mais ou menos um mês em relação ao Pará. Hoje apenas 15 casos estão sendo tratados em UTI. Como muitos procedimentos eletivos e cirurgias foram cancelados aqui, hoje temos leitos de UTI suficientes caso haja necessidade”, assegura.
Breno monteiro pondera que existem muitas teorias que cercam a pandemia de Coronavírus no mundo, mas que muitas vezes não se confirmam na prática. “Muitos países de primeiro mundo com um ótimo sistema de saúde, como os Estados Unidos, Itália e Espanha foram surpreendidos pela doença, com milhares de morte. No Brasil a doença se concentrou até agora no sudeste do país e não sabemos de que forma ela chegará aqui no Norte e nas demais regiões”, pondera.
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