Após a Prefeitura de Belém informar que está buscando medidas para amenizar a condição caótica nas Unidades de Pronto Atendimento do município (UPA), a procura por atendimento médico de pessoas com sintomas do Covid-19 continua alta. Muitos pacientes percorrem diariamente várias UPAs na esperança de conseguir ajuda, mas nem sempre conseguem.
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Com o rasteleiro José Carlos Santos tem sido assim. Cansado de cruzar a cidade em busca de atendimento, ele não sabe o que fazer para ajudar a filha, de apenas 17 anos. Há pelo menos dois dias, ela apresenta um quadro grave de falta de ar, dor no corpo, e dor de cabeça. Mas os sintomas não foram suficientes para conseguir uma vaga em uma das UPAs. Cansado e sem ter para onde ir, ele lamenta o estado da filha e o descaso com que são tratadas as pessoas com sintomas do Covid-19.
“Já fomos em todas as unidades. Em nenhuma delas conseguimos atendimento. Eu não sei mais a quem recorrer. Só quero ajudar a minha filha “, lamenta. José Carlos e outro parente saíram de casa de manhã cedo, com a adolescente em estado crítico, no banco de trás do carro. Segundo ele, nas UPAs da Marambaia e Sacramenta; e nos PSMs da 14 e Guamá não foi possível encontrar apoio médico para a jovem.
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MARAMBAIA
Na unidade da Marambaia, uma corrente em frente ao portão principal já deixava claro que ali ninguém estava entrando. Do lado de fora, algumas pessoas aguardavam a abertura para tentar uma consulta. Uma enfermeira foi questionada sobre a abertura do posto, mas disse não ter nenhuma informação sobre como a UPA da Marambaia iria operar. Na Sacramenta o mesmo dilema. A todo momento carros chegando e carros saindo. Muita gente sentada nas calçadas. Um outro funcionário da saúde disse à reportagem que nesta sexta-feira a UPA deve voltar a receber pacientes, mas por enquanto, apenas os que já estão no interior do prédio estão recebendo atendimento.
PREFEITURA
Em relação às denúncias, a Prefeitura de Belém informou, em nota, que a UPA da Sacramenta está atendendo normalmente, com médicos na clínica médica e demais setores. “NA UPA da Terra Firme, uma cooperativa de médicos foi contratada e já está fazendo a assistência no local. Na Marambaia, devido ao grande fluxo de atendimento e ocupação de todos os leitos, o atendimento foi suspenso temporariamente para limpeza e desinfecção da unidade”, informou. A Sesma ressalta que todas as UPAs seguem protocolo de classificação de risco, que prioriza os mais graves.
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