A prefeitura de Belém está distribuindo autotestes para HIV/Aids desde segunda-feira (11). A medida foi criada pelo Ministério da Saúde e Belém recebeu um total de 4 mil exames.

Os autotestes já estavam planejados pelo Ministério da Saúde de para serem distribuídos antes da pandemia, mas o contexto de isolamento acelerou o processo.

Após a divulgação dos autotestes diversos paraenses, incluindo órgãos e instituições de saúde, manifestaram-se contra a medida.

O comitê Arte pela Vida, que ajuda no atendimento a pessoas que vivem com o HIV/Aids em Belém, afirma que a determinação pode acarretar danos irreparáveis para quem optar por este tipo de exame.

“A pessoa que vai fazer o teste está já está suspeitando de algo. Ela precisa ter imediatamente disponível um suporte psicológico para conseguir absorver a possibilidade de ter HIV. Quando a prefeitura permite que isso se faça em casa, coloca em risco a vida de várias pessoas que, sem atendimento, podem até mesmo tirar a própria vida”, diz Francisco Vasconcelos, coordenador do comitê Arte pela Vida, que lida há mais de 20 anos com casos de HIV.

No site da prefeitura, existe a informação de que a pessoa que opte pelo autoteste possa retornar a unidade de saúde após o resultado, algo que, de acordo com os profissionais que trabalham na área, pouco acontece.

“Imagina que você fica sabendo que tenho Aids em casa. Você acha que voltaria ao posto de saúde depois do resultado? Nossa experiência nos mostra que não. Já atendemos muitas pessoas e a experiência nos mostra que o atendimento imediato é imprescindível”, diz o coordenador.

Foto: reprodução

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