Bastou que fosse determinado o fim do lockdown, no último domingo (24), para que muitas pessoas voltassem a circular pelas ruas da Grande Belém. Além disso, lojas de comércio não essencial têm desafiado o decreto estadual que determina que esse tipo de estabelecimento ainda não pode funcionar na forma presencial e estão abrindo suas portas.
Não é preciso andar muito para ver que a cidade já voltou ao normal. Nas principais avenidas do centro da capital, o fluxo de pessoas é praticamente normal.
Na Praça Batista Campos, no centro da cidade, na manhã de ontem, um grande número de pessoas esteve no local para praticar atividades físicas ao ar livre, especialmente caminhadas e corrida. Além de desobedecerem à determinação para que o isolamento social continue, muitos usavam a máscara de proteção de forma incorreta, no queixo, o que pode representar riscos para eles e para as outras pessoas que estão próximas.
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Vendedor de doces no local há mais de cinco anos, Benedito da Costa contou que o movimento cresceu desde a última segunda-feira (25), primeiro dia após o fim do lockdown, mas que ainda não voltou ao normal. “As pessoas estão voltando aos poucos, mas as vendas continuam ruins”, disse o ambulante.
Na área da avenida Visconde de Souza Franco e na Praça da República, a movimentação de pessoas caminhando e praticando corrida, especialmente nos horários entre 8h e 9h, tem sido intenso também, assim como nos arredores do Museu Emílio Goeldi.
COMÉRCIO
No centro comercial de Belém, apesar de grande parte das lojas ainda permanecerem fechadas, alguns estabelecimentos de produtos não essenciais, principalmente de confecções e de cosméticos, funcionaram apenas com meia porta aberta, para burlar a fiscalização. Mas assim que perceberam a aproximação da equipe do DIÁRIO ou da polícia, baixavam a portas e tentavam intimidar a reportagem com ameaças.
O fato de haver muitas lojas em pleno funcionamento e de ambulantes nas ruas, apesar da proibição, tem levado muita gente a circular pela área do centro comercial, na busca de produtos não essenciais. Em estabelecimentos que comercializam tecidos foi possível ver até fila na porta.
Na área do Complexo Ver-o-Peso, a movimentação continua sendo intensa durante o período da manhã. Os pontos de ônibus têm ficado lotados, assim como a parte da feira de frutas. Muitos feirantes que atuam no setor de venda de confecção também já voltaram ao trabalho, apesar da determinação para que ainda não voltem para as ruas. Em apenas quatro dias, a cidade praticamente voltou ao normal.
Pará fica em oitavo lugar no ranking de isolamento social
Na última terça-feira (26), o Pará registrou índice de isolamento social de 43,9%, ficando no 8º lugar do ranking nacional. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), por meio da Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac).
O secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, chama atenção para o fato de que todos os cuidados ainda devem ser mantidos. “Hoje as pessoas podem sair de casa sem ter que comprovar a necessidade, mas todo o restante ainda permanece, e mais do que nunca, a consciência individual deve ser favorável para a prevenção do coronavírus para que todos possamos vencer essa pandemia. É preciso manter o isolamento para que o Pará não tenha um novo pico de contaminação”, ressaltou.
MUNICÍPIOS
De acordo com o levantamento, ao analisar as cidades paraenses, os três melhores índices de isolamento foram nos municípios de Anajás (64,4%), Chaves (62,7%) e Afuá (58,6%). Já os municípios que mais desobedeceram a recomendação de ficar em casa, registrando um baixo índice de isolamento, foram: Palestia do Pará (22,2%), Abel Figueiredo (26,3%) e Colares (30,6%). Na capital paraense e em Ananindeua, na região metropolitana, foram registrados respectivamente 45,2% e 43,2%.
Em Belém, incluindo os distritos, os bairros com as maiores taxas de pessoas em casa foram: São João do Outeiro (64,3%), Mangueirão (54,5%) e Cotijuba (54,5%). Já os piores foram: Curió-Utinga (12,5%), Água Boa (30,79%) e Condor (34,2%). Já em Ananindeua, os melhores índices foram registrados nos bairros Cidade Nova V (52,2%), Júlia Seffer (50,5%) e Distrito Industrial (50%). Já as piores taxas observadas foram nos bairros Curuçambá (23,8%), Águas Lindas (33,3%) e Icuí-Laranjeira (34,9%).
Nas cidades de Cametá, Abaetetuba e Santarém, onde está mantido o lockdown por decreto municipal, os índices de isolamento foram de 50,2%, 49,4% e 46,3%, respectivamente.
A porcentagem de isolamento dos 144 municípios paraenses e o monitoramento completo estão disponíveis em um espaço exclusivo sobre os índices no site da Segup.
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