A preocupação com o novo coronavírus tem ocasionado grande procura por exames que detectam a doença, se a pessoa já entrou em contato com o vírus e/ou se já desenvolveu proteção contra ele. O que não faltam são opção de testes, oferecidos em laboratórios e, mais recentemente, em farmácias. O problema, para a maioria da população, é saber identificar qual exame é mais adequado para cada tipo de situação.
Responsável técnico por uma rede de laboratórios, o médico Paulo Azevedo explica em que momento se deve se submeter a cada tipo de teste. “Quando a doença se instala, a partir do quarto dia de sintomas até por volta do meio da segunda semana, é possível fazer o exame RT/PCR (Enzima Transcriptase Reversa - secreção coletada na garganta e narina), que confirma o diagnóstico e fica pronto em até 24 horas”, informa. “Esse teste é coletado em laboratório ou em casa”.
Dr. Azevedo destaca ainda que, em algumas situações, o RT/PCR pode dar negativo. “Em alguns pacientes a carga viral é baixa, às vezes o vírus migra do nariz para o pulmão e dá negativo, mas não é comum”, pontua.
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Passado esse período, o médico explica que é recomendável fazer outro exame a partir do 20º dia de doença, o IgG (imunoglobulina G) que, teoricamente, atesta a imunidade do paciente para o novo coronavírus. “Mas já se sabe que há imunidade, o que não se sabe é por quanto tempo, senão a pandemia não iria acabar. Esse é importante que se faça, principalmente para quem não fez o RT/PCR”, observa. Nesse caso, o especialista explica que, em alguns pacientes, o resultado só indica positivo algum tempo depois. “Em pacientes imunodeprimidos pode custar mais. Esses são os dois exames básicos”.
Além disso, outro exame disponível no mercado é o IGG/IGA que, no entanto, não é processado em Belém pelos laboratórios que o coletam, mas sim em outros estados. “O IgA demonstra um pouco mais de sensibilidade que a IgM, mas, na prática, isso não se mostra importante porque o principal objetivo da sorologia para Covid-19 não é fazer diagnóstico na fase aguda (papel do RT-PCR), e sim verificar a provável imunidade (presença de IgG), para a qual as técnicas são equivalentes em termos de sensibilidade e especificidade”, ressalta. “O importante é o IgG”, confirma.
Testes rápidos
Outra opção é o teste de farmácia IgG/IgM que, apesar de ter preço menor do que os praticados em laboratório, “tem uma sensibilidade e especificidade muito menor que o teste por Elisa feito no laboratório”, explica Paulo Azevedo.
Biomédico e mestre em análises clínicas, Marcelo Mota acrescenta que o teste rápido deve ser realizado por um profissional habilitado na área laboratorial capaz de interpretar o resultado do exame (biomédico ou farmacêutico), inclusive nas farmácias. “Um teste rápido negativo não significa que a pessoa não tenha entrado em contato com o vírus, ainda que seja assintomática”, destaca. “Existem muitos fatores imunológicos envolvidos, que perpassam desde a condição imunológica do indivíduo até sua constituição genética, os quais podem interferir na análise dos exames. Como doença recente, mais estudos precisam ser demonstrados a nível de diagnóstico laboratorial”.
O biomédico comenta ainda sobre a fase de “janela imunológica”, quando muitos resultados aparecem como falsos negativos. “Nos testes rápidos negativos é pesquisado IgM/IgG. Há casos de pacientes que podem apresentar a combinação IgA e IgG positivos e, se os mesmos estiverem em um período conhecido como ‘janela imunológica’ (período no qual está infectado, mas ainda não houve a produção de anticorpos), eles ainda não poderão ser detectados”, ressalta.
“Já vimos casos de pacientes que só vieram a positivar no teste rápido depois de 20 dias do início dos sintomas”, cita Marcelo, que informa ainda que o período de janela imunológica pode variar de pessoa para pessoa. “No geral é de 10 dias, mas pode ser mais tempo”, pontua.
Serviço
Confira um quadro explicativo sobre cada exame para detecção da Covid-19
RT- PCR
Técnica padrão ouro para o diagnóstico nos primeiros 10-12 dias de sintomas; pode ser feito em caráter particular (em média R$ 400) ou convênios, desde que com autorização prévia (Bradesco e Vale não necessitam de pré-autorização). Coleta em domicílio e hospitais.
Sorologia exclusiva para IgG (Elisa - Euroimmun)
Se o objetivo é avaliar provável imunidade após pelo menos 15 dias, mas de forma ideal 20 dias do quadro suspeito, basta solicitar a dosagem de IgG para Covid-19. A quem desejar saber se teve a infecção de maneira assintomática há aproximadamente 20 ou mais dias, também como forma de checar provável imunidade, este é o exame mais indicado. Mais em conta, ainda apenas como particular (em média R$ 300), a dosagem exclusiva de IgG vai atender a grande maioria dos pedidos de sorologia para Covid-19 e deve ser capaz de substituir a busca pela sorologia “tradicional” (que dosa também os pouco úteis IgM ou IgA). Pode ser colhido em casa ou em laboratório, sem necessidade de agendamento, desde que a pessoa esteja assintomática.
Teste rápido IgG/IgM
Detecta a presença de anticorpos (IgG e IgM), que são produzidos pelas células de defesa pelo corpo humano contra a Covid-19 após o contato com vírus, por meio da coleta de uma gota de sangue. Os anticorpos podem ser identificados com sensibilidade maior após o 7º dia de início dos principais sintomas (febre, tosse e dificuldade para respirar) e custa, em média, R$ 200. Pode ser encontrado em farmácias.
Sorologia IgA/IgG
Recomenda-se não realizar sorologia nos primeiros 10 dias, independentemente da técnica, porque existe uma boa chance de ainda não haver IgA ou IgM em níveis detectáveis e a IgG certamente não será reagente. A sorologia IgA/IgG ou IgM/IgG não é mais realizada em Belém, os laboratórios que procedem esse tipo de coleta enviam o material para diagnóstico em outros estados.
Fonte: Laboratório Dr. Paulo Azevedo e farmácias que oferecem o exame IgG/IgM
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