A partir deste domingo (21) técnicos e entrevistadores do Ibope irão percorrer pelo menos sete cidades paraenses para fazer testes rápidos de Covid-19 na população.

A iniciativa faz parte da terceira edição do Estudo Prevalência da Infecção de Covid-19 no Brasil (Epicovid19-BR), que começou no mês passado, com o intuito de traçar o cenário da pandemia no país.

No total, 33.250 testes rápidos serão feitos em 133 municípios brasileiros para traçar um panorama real sobre o avanço do coronavírus.

Pesquisadoras do Ibope são detidas por aplicarem teste de Covid-19 em Santarém

A partir deste levantamento, governos estaduais e prefeituras terão dados que vão auxiliar na elaboração e implementação de políticas de enfrentamento à Covid-19.

No Pará, os testes serão feitos em Belém, Castanhal, Altamira, Marabá, Redenção, Breves e Santarém. 

Os entrevistadores estarão devidamente uniformizados e identificados. Eles vão bater nas casas de bairros e áreas definidos por sorteio para testar somente uma pessoa da família. Caso ela teste positivo, os demais membros da residência serão submetidos ao teste rápido e assistidos por uma equipe do Departamento Epidemiológico. 

De acordo com a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari Nunes, quando a primeira etapa do Estudo foi feita, entre os dias 14 e 21 de maio, constatou-se que 15,1% da população de Belém tinha sido infectada pelo coronavírus. Na segunda etapa, realizada entre os dias 4 a 7 deste mês, o percentual de infectados subiu para 16,9%. “Não foi um aumento tão grande entre o número de casos e agora nesta terceira fase precisamos saber como está essa curva”, destacou. 

Para ela a importância do estudo também ajuda as autoridades a saberem sobre as subnotificações de casos positivos de Covid-19. “Não está sendo feito os testes em massa. Os testes tem sido feito entre pacientes em casos graves. Pessoas com sintomas leves e assintomáticas não passam por testes”, ressaltou Márcia. “Já que não é possível testar todo mundo, vamos testar um percentual de amostragem, afim de estimar a proporção de pessoas que apresentam anticorpos e tiveram Covid-19”, explicou sobre o objetivo da pesquisa. 

Não há um perfil de público para ser testado. Farão o exame pessoas idosas, jovens, homens, mulheres, trabalhadores formais e informais e pessoas do grupo de risco. “O nosso entrevistador vai bater nas portas das residências apontadas e explicar o estudo. A partir disso, vai perguntar se as pessoas daquele domicílio aceitam fazer o teste. Será escolhida uma pessoa da família, se ela der positivo os demais farão o teste. Caso a pessoa escolhida der negativo, não será preciso que os demais façam”, explicou Márcia. 

Os entrevistadores passarão por exames antes de ir a campo para saber se não estão infectados. Na hora do teste, irão trocar de máscara, luvas, óculos, avental e touca. “Todas as precauções estão sendo tomadas para evitar riscos”, reiterou a CEO do Ibope. 

O Ibope disponibilizou o número 0800-800-5000 para que a população tire dúvidas quanto a pesquisa e entrevistadores. “Criamos este canal porque na primeira etapa criou-se, e também, espalhou-se, uma fake news (notícia falsa) de que nossa equipe seria uma quadrilha tentando invadir as casas. Então para sermos transparentes disponibilizamos um número de telefone”, desfechou. 

Foto: Irene Almeida/Diário do Pará

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