A partir do próximo dia 1º de julho os restaurantes localizados em Belém retornam às suas atividades. A determinação está no decreto municipal publicado no último dia 25, no Diário Oficial, que autoriza a reabertura de empresas de alimentação fora do lar. Mas quem for a esses locais vai encontrar algumas mudanças. Além da redução de 60% da capacidade, disponibilizar álcool gel para os clientes e manter uma distância mínima entre mesas, entre outras normas.
Em entrevista coletiva concedida na manhã de ontem, na sede do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará, o assessor jurídico da instituição, Fernando Soares, destacou que apenas os estabelecimentos localizados em Belém estão liberados para reabrir a partir da data estabelecida. “Aqueles localizados nas regiões das ilhas de Belém, Outeiro e Mosqueiro, ainda não estão contemplados, apenas aqueles que estão na área continental”, afirmou.
De acordo com o decreto, o horário de funcionamento também será reduzido: das 11h às 15h para almoço e das 19h às 23h para jantar. Além disso, nos locais só estarão disponíveis os chamados PFs (prato feito) e o serviço “à la carte”.
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DÚVIDAS
O assessor, no entanto, afirma que alguns pontos do decreto ainda precisam ser melhor esclarecidos. “Estamos entrando com um requerimento junto à Prefeitura para que possamos entender melhor algumas questões, como, por exemplo, situação das lanchonetes, sorveterias, docerias, cafeterias e outros, que normalmente funcionam em horários diversos dos estabelecidos. O mesmo ocorre com a alimentação de rua, como é o caso dos carros de cachorro quente. Precisamos saber ainda como ficará a situação desses estabelecimentos”, destacou.
Com relação ao consumo de bebidas alcoólicas nesses estabelecimentos, o assessor afirma que não há nenhuma restrição sobre isso no decreto. “Mas estamos orientando nossos associados que limitem esse consumo, porque a bebida pode acabar levando a algum tipo de aglomeração e não é isso que queremos”, detalhou o advogado.
Outra recomendação do sindicato para os associados é que os funcionários possam ser testados para o novo coronavírus antes da reabertura na próxima semana. “Achamos que assim seria mais prudente”, disse.
Apesar da reabertura e dos estabelecimentos estarem sendo orientados a cumprir todos os itens do decreto, o assessor acredita que a prefeitura deva manter uma fiscalização por parte da Vigilância Sanitária. “Deve ser preventiva até porque é interesse nosso que o setor, caso ocorra uma segunda onda de contaminação, não seja responsabilizado, porque a priori vamos tomar todos os cuidados para que isso não ocorra”, ressaltou.
Novidades vão de sacos nas mesas a cardápio via WhatsApp
Proprietário do restaurante Ver-o-açaí, que existe há pouco mais de um ano, Maurício Façanha afirma que o momento agora é de fazer todas as adequações necessárias. “Estamos fazendo as mudanças previstas no decreto, como disponibilizando álcool em gel na entrada, no caixa, nos banheiros e em todas as mesas, além da retirada de 60% das cadeiras e fazendo a marcação do distanciamento entre uma cadeira a outra de um metro e meio”, detalhou.
Ele revela que implementará outras mudanças além das previstas pelo decreto. “Vamos disponibilizar nas mesas sacos plásticos para que as pessoas possam deixar as suas máscaras enquanto estiverem comendo. Haverá também um aviso em todas as mesas com as orientações que devem ser seguidas dentro do estabelecimento. O cardápio será disponibilizado via WhatsApp e nas mesas estarão protegidos com acrílicos para que possam ser higienizados a cada uso”, enumerou.
MOVIMENTO
Chef do restaurante Lá em Casa, Daniela Martins avalia que os estabelecimentos estão preparados para essa abertura, já que estavam se organizando há algum tempo. A questão principal, segundo ela, é outra. “Nossa expectativa mesmo é com relação a saber se as pessoas irão realmente voltar a frequentar os restaurantes, apesar de estarmos tomando todos os cuidados necessários”, afirmou. Ela conta que o setor vive um momento de incertezas, por conta da pandemia, que ainda deve perdurar por um bom tempo. “Nossa expectativa de levantar a cabeça é mesmo para o final de 2021, porque tradicionalmente esse setor trabalha intensamente no segundo semestre para aguentar o primeiro, que normalmente é fraco. Mas este ano a situação foi muito complicada, porque tivemos uma queda astronômica até o momento”, lembrou ela, que optou por não aderir a modalidade delivery durante os três meses que o estabelecimento se manteve fechado.
Para reabrir, Daniela conta que serão seguidas todas as recomendações do decreto. “Compramos termômetros para medir a temperatura das pessoas na entrada. Além disso, tomamos o cuidado de desinfetar todo o ambiente e os utensílios utilizados, manter a distância entre as mesas e manter apenas 40% da capacidade”, adiantou a empresária.
Por opção, o restaurante vai funcionar para almoço e jantar, mas em horário ainda mais reduzido daquele que foi determinado pelo decreto. “Não vamos levar até às 23h, porque entendemos que precisamos garantir também a segurança dos nossos funcionários na volta para a casa”, contou.
Para Daniela Martins, esse primeiro mês de reabertura funcionará com um termômetro, inclusive para possíveis adequações. “O mês de julho para nós até o ano passado era um mês muito bom por conta do turismo na cidade. Este ano não teremos isso. Por outro lado, corremos o risco das pessoas irem para as praias e o movimento ficar ainda mais reduzido”, projetou.
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