Para quem trabalha com o comércio e com a venda de produtos alimentícios nas feiras de Belém, o sábado tradicionalmente é o dia de maior movimentação. Tradição que permanece no Complexo do Ver-o-Peso e no Centro Comercial de Belém apesar da vigência da recomendação de se evitar aglomerações em busca da prevenção à disseminação do novo coronavírus.
Com o sol já forte da manhã do último sábado (27), a circulação de pessoas por entre as bancas de frutas e verduras do Ver-o-Peso permanecia intensa. Com sacolas recheadas de compras, os clientes se amontoavam diante das calçadas em busca dos melhores produtos e dos preços mais em conta. Atendendo à nova realidade imposta pela pandemia, a grande maioria dos consumidores e feirantes fazia uso da máscara obrigatória, mas ainda assim era possível encontrar um ou outro descumprindo a regra.
Com a venda de hortaliças montada desde as 7h, o feirante Naldo Dias, 52 anos, mantinha um pequeno frasco de álcool em gel no bolso. A cada nova venda e consequente movimentação de dinheiro, ele fazia uso do produto para higienizar as mãos. “Agora tem que ser assim: máscara, álcool em gel. A gente tem que se virar”.
Diante da boa circulação de pessoas na feira, Naldo comemorava a melhoria nas vendas. Mas conta que a movimentação ainda está distante da que eles estavam acostumados na feira que é o principal cartão-postal da cidade. “Agora está melhorando aos poucos porque estava difícil mesmo. As pessoas vêm muito comprar as verduras para poder fazer o almoço de sábado e domingo”, avalia. “Não tem melhor dia pra venda do que sábado”.
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Em outro ponto do complexo, no Mercado de Carne, o movimento era um pouco mais tímido. Poucos boxes eram mantidos abertos e, mesmo neles, poucos clientes eram vistos. Em comparação com a situação enfrentada no período mais crítico da pandemia, porém, o momento é de pequena melhora, segundo os feirantes. “Ainda está melhorando, mas está longe do que era antes”, considera Félix dos Santos, 50 anos, que trabalha com a venda de frango. “A maior parte dos meus clientes são de pessoas que trabalham com a venda de refeição, então, como os restaurantes estão parados, a minha venda caiu cerca de 80%”.
A expectativa de Félix é de que as vendas cresçam a partir da liberação de funcionamento de restaurantes. Até lá, a saída é se virar como pode. “A gente tá tendo que se virar, estamos dependendo dos locais que compram porque têm delivery”, conta. “Esse box foi passado de pai para filho, tem mais de 45 anos na família, e eu nunca tinha passado por uma situação como dessa pandemia, com uma redução tão grande nas vendas”.
‘JÁ ESTEVE PIOR’
Quem também jamais imaginou enfrentar tantas mudanças em decorrência de uma pandemia é a aposentada Estela Boulhosa, 65 anos. Na manhã de sábado, ela foi até o complexo do Ver-o-Peso e área do Centro Comercial em busca de peças para o seu fogão. Sem descuidar do uso de máscara, ela conta que a situação ainda lhe assusta. “A situação ainda está complicada, mas já esteve pior. Ainda bem que está melhorando”, considera. “A gente sai quando precisa resolver alguma coisa, mas eu fico preocupada, sim. Está bastante movimentado esse perímetro”.
O movimento observado pela aposentada ficava ainda maior na saída do Mercado de Carne, já na rua Quinze de Novembro. O trecho dá acesso às várias travessas que formam o Centro Comercial de Belém, onde a aglomeração de pessoas era bem maior do que a observada no Ver-o-Peso na manhã de sábado. A quantidade de pessoas circulando pelas ruas estreitas do comércio era tanta, que dificultava a circulação de carros.
Ainda que fazendo uso da máscara, grupos de pessoas se amontoavam em frente a uma calçada da travessa Padre Eutíquio, onde uma grande pilha de roupas foi acondicionada no chão. Entre camisas e bermudas jeans, clientes saíam com grandes volumes de roupas nos braços em busca do vendedor.
Já na rua Conselheiro João Alfredo, a aglomeração ficava por parte da grande volume de pessoas que circulavam com sacolas por entre as bancas. Entre os pedestres, muitas famílias com crianças pequenas, gestantes e idosos. Na entrada de uma loja de importados, uma enorme fila se formava entre os que aguardavam a diminuição de clientes dentro da loja para poder entrar. O mesmo ocorria em frente a duas lojas de vendas de ervas e produtos naturais.
AGLOMEROU!
Clientes aproveitaram o sábado para ir às compras no Complexo do Ver-o-Peso e no Centro Comercial de Belém. Apesar do uso de máscara pela grande maioria dos pedestres, não faltou aglomeração nas ruas e entre as bancas de venda.
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