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DENÚNCIA

Vereador pede apuração dos respiradores superfaturados por Zenaldo Coutinho

O vereador de Belém, Francisco Almeida (Psol), o “Dr. Chiquinho”, deu entrada, nesta terça, 30, em representação junto ao Ministério Público de Contas do Estado (MPC-PA), ao Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) e ao Ministério Público Federal (MPF

Imagem ilustrativa da notícia Vereador pede apuração dos respiradores superfaturados por Zenaldo Coutinho camera Dr. Chiquinho (Psol) deu entrada em representação nos ministérios públicos para apuração da denúncia do DIÁRIO de que a Prefeitura comprou respiradores por R$ 260 mil cada e depois teria mudado contratos | Celso Rodrigues/Arquivo - Divulgação

O vereador de Belém, Francisco Almeida (Psol), o “Dr. Chiquinho”, deu entrada, nesta terça, 30, em representação junto ao Ministério Público de Contas do Estado (MPC-PA), ao Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) e ao Ministério Público Federal (MPF) solicitando que sejam investigadas as denúncias de que o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), teria causado prejuízos ao patrimônio público na compra de respiradores para tratamento de casos graves de Covid-19 a preços bem superiores aos praticados no mercado, com dispensa de licitação e sem contrato - algo em torno de R$ 260 mil por aparelho, conforme denúncias publicadas pelo DIÁRIO.

Os órgãos não têm um prazo pré-determinado para responder, mas o parlamentar da Câmara Municipal de Belém (CMB) adiantou que tentará sensibilizar as autoridades competentes para que haja um retorno o mais rápido possível. De acordo com o que foi denunciado, os equipamentos chegaram a custar mais que o dobro de equipamentos semelhantes, comprados na mesma época, por outras prefeituras e governos. E com o agravante de terem sido adquiridos de uma empresa que nasceu como uma cafeteria e doceria, mas que hoje faz de tudo um pouco, incluindo a confecção de roupas, impressão de materiais publicitários, limpeza de casas, serviços de engenharia e até “atividades de psicanálise”.

“Sem contar que, depois de publicados os gastos com essa aquisição no Portal da Transparência, a Prefeitura depois vai lá e retira as informações, quando já havia fortes indícios de superfaturamento. Cabe a mim, como vereador, fiscalizador, pedir que os órgãos responsáveis pelo cumprimento da legislação, investigue o caso”, explica. “Estamos falando do dinheiro da Saúde, da omissão da Prefeitura de Belém em relação ao atendimento durante a pandemia. Se não fosse o apoio do Governo do Estado em aumentar a oferta de leitos, inclusive de alta complexidade, que são as [Unidades de Terapia Intensiva] UTIs, realmente a população estaria perdida”, lamenta Almeida.

VALORES

Ao todo, foram três os ventiladores pulmonares comprados pela Prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a preços muito acima dos encontrados pelo DIÁRIO, no resto do país. Segundo o portal da Transparência, eles custaram R$ 740.624,00, dos quais já foram pagos R$ 480.624,00. Dois deles ficaram a R$ 260 mil cada. O outro, em R$ 220.624,00. Mas, nas notas de empenho, não há explicações nem mesmo sobre essa diferença de preço. Eles foram adquiridos da GM Serviços Comércio e Representação Eireli, uma empresa sediada no município de Ananindeua, que possui um capital social de apenas R$ 400 mil, diz a Receita Federal. Neste ano eleitoral, a Prefeitura de Belém já empenhou em favor da GM Serviços mais de R$ 1,754 milhão, a maior parte sem licitação.

A Prefeitura de Belém alterou as Notas de Empenho dos ventiladores pulmonares comprados no Portal da Transparência, após as denúncias do jornal, o que pode até configurar vários crimes, já que se trata de documentos oficiais. A administração inseriu novos dados fazendo com que o valor de cada equipamento caísse para apenas R$ 65 mil. Mas a reportagem já havia copiado toda a documentação, uma vez que começou a investigar o caso no último dia 13 de junho.

Na parte do portal não dedicada à doença, sumiram todos os empenhos a partir de 2011. No entanto, houve protestos nas redes sociais e as informações voltaram. Mas foram desaparecendo os vários contratos da Prefeitura com a GM Serviços Comércio e Representação Eireli, a empresa que vendeu esses equipamentos. Outros documentos também sumiram, como o Mapa Consolidado das compras emergenciais da Sesma. Assim como as Notas de Empenho, ele mostrava a quantidade e o preço desses ventiladores.

Já na tarde de sábado, dia 20 de junho, o portal apresentava as Notas de Empenho alteradas. Duas delas (as de número 5754/2020 e 5755/2020), passaram a informar que os R$ 260 mil da compra não se referiam a 1 ventilador, mas a quatro. A maior alteração, porém, ocorreu na Nota de Empenho 5756/2020. Antes ela dizia que um ventilador pulmonar custou R$ 220.624,00, mas sem explicações quanto ao motivo de ele ser mais barato que aqueles das outras Notas. Com a mudança, esse valor de R$ 220.624,00 passou a se referir à compra de 2 ventiladores, a R$ 65 mil cada, e 3 monitores de multiparâmetros, a R$ 30.208,00 cada. Até as cores das Notas mudaram, e sumiram as informações sobre o saldo da dotação orçamentária, que era a verba prevista no orçamento da Prefeitura para a aquisição desses equipamentos. Nenhum gasto público pode ser realizado sem que exista essa dotação.

Vereador pede apuração dos respiradores superfaturados por Zenaldo Coutinho
📷 |Divulgação
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