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Sesc e Nações Unidas firmam parceria para enfrentamento à violência de gênero

O Sesc e o Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA) deram início a uma parceria de longo prazo para enfrentar a violência de gênero no Brasil, problema que se agravou no país durante a pandemia do novo coronavírus, como mostram as denúncias do Disque

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Imagem ilustrativa da notícia Sesc e Nações Unidas firmam parceria para enfrentamento à violência de gênero camera Freepik

O Sesc e o Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA) deram início a uma parceria de longo prazo para enfrentar a violência de gênero no Brasil, problema que se agravou no país durante a pandemia do novo coronavírus, como mostram as denúncias do Disque 180, com um aumento de registros de 37,6% em abril, comparado ao mesmo mês ao ano passado.

Para enfrentar esse agravamento do quadro e em sintonia com as medidas de isolamento social para conter a pandemia do novo coronavírus, a primeira ação da parceria entre Sesc e UNFPA é o lançamento da campanha "Você não está sozinha" nas redes sociais.

O objetivo é propor uma reflexão sobre a importância de não se omitir e denunciar esses crimes, principalmente neste momento em que as vítimas têm mais dificuldade para buscar ajuda.

"Normalmente, as vítimas denunciam a agressão às segundas-feiras, após serem agredidas no final de semana e quando conseguem se distanciar dos agressores. Porém, com o isolamento social essa possibilidade não existe mais e, por isso, é necessário que a sociedade se mobilize para denunciar quando ouve ou vê ações violentas ao seu redor", explica a analista de Saúde do Sesc Roberta Vilhena.

"Durante pandemias, como a que estamos vivendo agora, mulheres e meninas correm maior risco de sofrer violência, porque muitas vezes, estão em espaços inseguros, vivendo com agressores, sem possibilidade de procurar ajuda ou proteção de familiares, amigos e também de autoridades. Por isso, precisamos atuar para que elas possam buscar ajuda o mais rápido possível. Essa campanha responde a essa demanda, porque tem a informação como central", diz Astrid Bant, representante do Fundo de População da ONU no Brasil.

Contudo, essa é apenas a primeira ação da parceria, visando estabelecer uma frente emergencial durante a pandemia de Covid-19. Ao longo dos próximos meses, o Sesc vai adequar alguns dos seus projetos de Educação em Saúde, com o apoio do UNFPA, para atuar na prevenção da violência e abrir novos espaços de debate sobre o problema.

" A violência de gênero é uma epidemia com a qual a gente convive constantemente, mas que é pouco enfrentada. Queremos desenvolver ações sistemáticas por meio dos projetos de Educação em Saúde, buscando o diálogo, a reflexão e a construção conjunta com as comunidades de soluções eficazes", acrescenta a analista de Saúde do Sesc Thássia Ribeiro.

Os projetos Saúde Mulher, Transando Saúde, Retratos de Família e Nossa Escolha, que trabalham a temática de saúde sexual e reprodutiva, serão adaptados pelo Sesc, com apoio do UNFPA para ganhar novas linhas de ação para combater a violência de gênero."Essa parceria vem ao encontro da nossa missão em promover diálogos e sensibilizar toda a sociedade para a promoção dos direitos humanos, em especial, os direitos sexuais e reprodutivos. A parceria com o SESC é estratégica e permitirá que todos esses conteúdos possam alcançar se sensibilizar um número cada vez maior de pessoas", diz Astrid Bant, representante do UNFPA no Brasil.

Segundo Roberta, esses projetos passarão por adaptações nos próximos meses e, em 2021, as ações já terão entre suas principais linhas de atuação o combate à violência de gênero. O Fundo de População das Nações Unidas já é parceiro do Sesc em programas de Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva e dessa sinergia surgiu a interesse em unir forças em mais um campo.

Além dos quatro projetos que serão adaptados, Sesc e UNFPA estudam o desenvolvimento de um novo programa, baseado na diferentes vivências e realidades do país. A ideia é construir, junto com as comunidades, soluções que envolvam o fortalecimento e apoio as vítimas da violência de gênero, em sua maioria mulheres, bem como ações para homens jovens, adultos e idosos.

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