Especialistas em saúde do mundo inteiro defendem o uso obrigatório de máscaras como medida indispensável para combater a propagação do novo coronavírus. Mas ao que parece, com a flexibilização de algumas medidas e a retomada das atividades econômicas em diversos setores, já é possível observar também um certo afrouxamento com relação ao uso do item de proteção.

Pelas ruas do centro comercial de Belém, onde a circulação de pessoas tem sido grande, desde reaberturas das lojas a maioria dos consumidores ainda usa as máscaras como forma de prevenção. Porém, é comum também o flagrante de cidadãos que andam livremente sem o assessório ou utilizando de forma errada como, por exemplo, abaixo do queixo ou até mesmo penduradas apenas por um lado da orelha.

Em maio deste ano, o Governo do Pará publicou o decreto de nº 9.051/2020, que tornou obrigatório o uso de máscaras como medida de contenção à proliferação da Covid-19, e passou a aplicar multas para aqueles que descumprem a medida.

Augusto Cesar, 51, trabalha no centro comercial de Belém vendendo máscaras fabricadas de forma caseira. Mas, segundo ele, mesmo com os valores acessíveis cobrados por uma unidade do acessório, ainda é comum ver pessoas que ignoram a medida e deixam de lado o cuidado. “Logo no início a gente via todo mundo usando as máscaras por aqui. Depois isso foi mudando e agora o que mais tem são pessoas que não querem mais nem saber de usar”, disse. “Tem gente que só compra quando precisa de fato entrar em alguma loja ou que já está indo embora e precisa pegar ônibus”, contou.

Por meio de decreto, a Prefeitura Municipal de Belém também tornou obrigatório o uso de máscaras na capital paraense por tempo indeterminado, e que todos os belenenses devem utilizá-la sempre que sair de casa. O texto estabelece ainda que os estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços, assim como as empresas de transporte público coletivo, deverão fornecer e exigir o uso das máscaras, podendo ainda impedir a entrada ou a permanência nos espaços, de pessoas que se recusam a utilizar o acessório indispensável de proteção.

O DIÁRIO tentou conversar com algumas pessoas que circulavam pelas ruas do comércio sem usar o acessório. Algumas diziam apenas que sentem certo incômodo ao utilizá-la a todo momento, e que tiravam para “respirar melhor”. Outras preferiram não conversar com a equipe de reportagem sobre o assunto. Durante a ronda pela cidade, em nenhum momento foi possível constatar a fiscalização ou pessoas sendo autuadas por descumprirem a medida.

NÚMEROS

6.338 - Foi o número de multas aplicadas no Pará, de 10 de maio até às 23h59 da última segunda-feira (13), segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup).

6.137 - Foi o total de punições para pessoas físicas e outras 201 jurídicas.

2.981 - Foi o número de multas aplicadas em Belém. Do total, 2.852 para pessoas físicas e 129 para jurídicas. A Segup informa, ainda, que as fiscalizações ocorrem diariamente e na maioria das vezes quando a multa é aplicada a pessoa está descumprindo mais de um item do decreto, sendo priorizado no sistema o de maior gravidade.

R$ 150 - É o valor mínimo de uma multa para pessoa física, mas as penas podem chegar até a R$ 50 mil para jurídica, com a possibilidade de ser duplicada a cada nova infração.

Algumas pessoas ainda preferem deixar de lado a máscara no centro comercial da capital paraense Foto: Mauro Ângelo

MAIS ACESSADAS