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VOLTA AO PASSADO

Nostalgia: resgates de uma saudosa Belém

Quando tinha ainda 12 anos de idade, parte do tempo livre do jovem Robson Santos era destinado à pesquisa em jornais antigos disponibilizados na Biblioteca Pública Arthur Vianna, no Centur, em Belém. À época, a motivação para a busca não estava em nen

Imagem ilustrativa da notícia Nostalgia: resgates de uma saudosa Belém camera Robson Santos tem um acervo admirável de imagens antigas da capital paraense | Wagner Almeida/Diário do Pará

Quando tinha ainda 12 anos de idade, parte do tempo livre do jovem Robson Santos era destinado à pesquisa em jornais antigos disponibilizados na Biblioteca Pública Arthur Vianna, no Centur, em Belém. À época, a motivação para a busca não estava em nenhum trabalho do colégio, mas na simples curiosidade em saber como era a vida da cidade décadas atrás. Ainda hoje, mais de 20 anos depois, o encantamento pelo passado da cidade não apenas continua a fazer parte da rotina do publicitário, como também é compartilhada com quem mais se interessa pela nostalgia de uma Belém tão rica cultural e historicamente.

O interesse genuíno pelos registros do passado da cidade foi o que levou o publicitário e marketing digital Robson Santos, 34 anos, a dar início a um acervo concentrado nas tão acessadas redes sociais. O primeiro canal do ‘Nostalgia Belém’ nasceu no Facebook, página que hoje acumula mais de 149 mil curtidas. Com a popularização do Instagram, um novo perfil foi criado também na nova rede e já é acompanhada por mais de 93 mil seguidores.

Entre as publicações inseridas nas duas redes não estão dicas de novos produtos ou promoções, mas sim os mais variados registros do cotidiano de Belém durante o período da Belle Époque, nos tempos áureos da borracha, a movimentação no Centro Comercial de Belém em meados dos anos 1940, a organização das ruas na década de 1950 ou ainda o antigo ônibus que fazia linha para o bairro da Cremação na década de 1980.

Antigo ônibus Aeroclube
📷 Antigo ônibus Aeroclube |reprodução
Arraial de Nazaré na década de 1970
📷 Arraial de Nazaré na década de 1970 |reprodução

INTERESSE COMUM

Não demorou muito para que Robson percebesse que tais registros despertavam interesse em muitas outras pessoas além dele próprio. “Eu gostava muito de pesquisar por curiosidade, mas eu encontrava coisas sempre muito espaçadas e não tinha nenhum espaço em rede social só falando disso”, lembra o publicitário. “Comecei no Facebook em 2012 e três meses depois comecei a receber fotos e registros de pessoas que seguiam a página”.

Em uma das colaborações, o publicitário foi convidado pela neta do proprietário de uma antiga sorveteria, que fez muito sucesso em Belém nas décadas de 1980 e 1990, para fazer reproduções do álbum da família, fotos que ilustravam a antiga sorveteria e o cenário que envolvia Belém naquele período. “Foi aí que eu percebi que as pessoas queriam resgatar essas memórias também”, lembra. “O que eu percebo é que esses registros do passado batem muito no sentimento das pessoas. Cada foto antiga que as pessoas enviam para mim vem com uma carga de emoção, para aquela pessoa representa muito”.

Às pesquisas realizadas por Robson em bancos de imagens gratuitos pelo mundo e em acervos públicos mantidos por instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Arquivo Nacional ou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foram somando-se, ao longo do tempo, cada vez mais registros pessoais enviados por seguidores.

9Avenida 15 de Agosto, em 1950, atual Presidente Vargas
📷 9Avenida 15 de Agosto, em 1950, atual Presidente Vargas |reprodução
Avenida Almirante Barroso em 1990 com a Torre da RBA ao fundo
📷 Avenida Almirante Barroso em 1990 com a Torre da RBA ao fundo |reprodução

COLABORAÇÃO

Hoje, ele recebe uma média de uma foto por dia. Imagens que retratam diferentes décadas, cenários ou comportamentos. “Em relação aos seguidores, por incrível que pareça, o que mais atrai não são fotos de monumentos antigos. O que mais atrai são os registros do cotidiano”.

Robson conta que uma simples foto de um ônibus da antiga linha Aeroclube é foco de grande interação entre os seguidores nas redes sociais. Assim como registros de antigas lojas e boates e de avenidas conhecidas, como a Almirante Barroso. “É o que leva as pessoas a lembrarem de coisas que já viveram, algo que remete muito à memória mesmo”, considera o administrador da página.

Imagem do Carnabelém na década de 1990
📷 Imagem do Carnabelém na década de 1990 |reprodução
Avenida João Alfredo em 1906
📷 Avenida João Alfredo em 1906 |reprodução

PREFERÊNCIAS

Atraído pelas particularidades do passado da cidade desde a infância, o próprio Robson também tem suas preferências. “O que me deixa mais encantado são os registros do Arraial de Nazaré e dos cinemas antigos também. É o que eu mais gosto de ver”, conta. “Em relação ao período, a década de 1980 é a minha preferida porque é muito efervescente. Foi a década do final da Ditadura Militar, então tinha muita coisa acontecendo na cidade naquele período”.

Com um passado tão rico e ainda em construção, o publicitário segue acompanhando e compartilhando as mudanças e transformações vivenciadas por Belém.

Ainda que conte com a colaboração de seguidores e de outros colecionadores, ele segue à frente da administração da página. Missão que não tem um período determinado para ser alimentada, mas que está presente em cada momento do seu cotidiano. “Eu levo como se fosse um filho meu. É tudo tão instintivo que faz parte do meu dia a dia. Não separo uma parte do meu tempo para pesquisar ou alimentar a página. No meio da minha rotina eu posso sentir curiosidade sobre determinado espaço e começar a pesquisar”, conta. “Belém tem muita coisa interessante. O que eu espero é que preservem o que ainda temos na cidade porque é muito complicado um povo viver sem memória”.

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