Seguindo na contramão do que se observa em quase todo o Brasil, o Pará foi o segundo Estado que mais gerou empregos durante todo o mês de junho, segundo o estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério da Economia.

O saldo positivo foi de 4.550 novos postos de trabalho. Foram 0,16% a mais que no mês de maio. O setor da Construção Civil foi o responsável pela maior parte da geração de empregos no Estado, tendo apresentado um saldo positivo de 2.274 vagas no setor. A Indústria e o setor de Serviços possuem índices otimistas. No ranking nacional, o Pará ficou atrás apenas do Mato Grosso 6.790 postos de trabalho a mais em junho.

Para se ter uma dimensão, o cenário paraense está melhor que o apresentado pelo Rio de Janeiro e de São Paulo, ambos com números negativos para a criação de novas vagas de trabalho, com a perda de 16.801 e 13.299 postos de trabalho, respectivamente, durante o mês de junho. O Pará também está acima de Goiás, o terceiro com o melhor desempenho com 4.334 postos de trabalho a mais.

O estudo do Dieese/PA mostra ainda que as políticas do governo do Estado do Pará para a criação de empregos formais e oferta de créditos a microempreendedores têm contribuído para a criação de novos postos de trabalho. “Em 2019, como havia programado, o Governo deu início a investimentos em setores estratégicos para a economia paraense, controle das contas e ao criar um ambiente de confiança e favorável aos negócios. Isto de certa forma serviu de alicerce para o que estava por vir”, explica Mauro Barbalho, coordenador da Diretoria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (DDICS), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará (Sedeme).

EQUILÍBRIO

Num esforço conjunto as secretarias de Estado da Fazenda (Sefa) e de Planejamento e Administração (SEPLAD), a Sedeme criou, em meio a pandemia de Covid-19, ações e programas emergenciais - tais como o Fundo Esperança que disponibilizou R$ 200 milhões para cerca de 65 mil micro e pequenos empreendedores (MEI/ME/EPP), cooperativas e trabalhadores informais estão conseguindo manter seus negócios - que contribuíram para esse saldo positivo.

Para o economista e supervisor técnico do Dieese/PA, Roberto Sena, as estimativas para o segundo semestre podem ser promissoras, caso o cenário da pandemia de Covid-19 se mantenha tal como está hoje. “É importante ressaltar que o balanço do 1º semestre tem um saldo negativo. O que ficou positivo foi o índice do mês de junho”, frisou ao destacar que o cenário já apresenta melhoras a partir daí.

Ele acredita que os próximos meses sejam de equilíbrio na maioria dos setores, em especial da Construção Civil. “Se a reabertura das atividades econômicas continuar se mantendo como está, visando a Saúde em 1º lugar, com a população cooperando, e o governo do Estado continuar com os investimentos certos o cenário econômico só tende a melhorar”, diz.

EM NÚMEROS

Estados com maior saldo positivo:

1 - Mato Grosso +6.790

2 - Pará +4.550

3 - Goiás +4.334

Estados com maior saldo negativo:

1 - Rio de Janeiro -16.801

2 - São Paulo -13.299

3 - Rio Grande do Sul -4.851

SETORES QUE SE DESTACARAM NO PARÁ EM JUNHO

Construção Civil: 2.274 vagas

Indústria: 1.228

Serviços: 1.125

Agropecuária: 515

Belém e Parauapebas se destacam na construção civil

O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Pará (Sinduscon), Antônio Valério Couceiro, apontou as cidades de Belém, na Região Metropolitana, e Parauapebas, na Região de Carajás, como as que apresentaram os melhores índices na geração de empregos no setor. “A Construção Civil só parou por cerca de um mês, entre os dias de 29 de abril a 30 de maio, e isto fez com que menos trabalhadores fossem desligados do emprego. Menos demissões, mais fácil retomar a atividade”, ressaltou.

Para ele, alguns dos fatores que comprovam que o setor esteja fortalecido é a volta da compra de imóveis, reformas e também as obras de infraestruturas feitas pelo governo do Estado em diversas regiões. As obras em andamento – seja para a melhoria da infraestrutura ou nas áreas da Saúde e Mobilidade Urbana (como é o caso da requalificação da BR-316, entre Belém e Marituba) – também são apontadas pela secretária de Planejamento e Administração, Hana Ghassan, para a recuperação na geração de empregos no Pará e consequente desenvolvimento da região.

“O Estado está vigilante e atuante para a retomada econômica no Pará, com garantia de saúde, renda e empregos. As obras públicas do governo do Estado vão ajudar bastante na geração de novos empregos”, disse. 

Só o setor de construção civil gerou 2.274 empregos a mais no Pará, de acordo com os dados Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

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