A cantora paraense Keila usou as redes sociais, nesta quarta-feira (5), para fazer uma denúncia de assédio virtual e um desabafo. No texto, a ex-Gang do Eletro conta que não é a primeira vez que enfrenta esse tipo de violência e que está cansada.
"Eu to chorando escrevendo aqui, é horrível ter que passar por isso novamente e ainda ter que justificar para não ser julgada e culpada por sofrer assédios. Eu resolvi falar, eu vou reagir sim. Por essa é por todas as vezes que eu já passei por isso", escreveu a artista.
Keila conta na publicação que um homem enviou a foto do pênis para o contato profissional dela, que está disponível nas redes sociais, e pede para que as pessoas denunciem o perfil. "Por favor me ajudem denunciando o perfil, vou deixar os prints nos comentários. Meninas não se calem jamais!", pediu.
Leia o desabafo completo no perfil da artista:
Em entrevista ao DOL, Keila conta que por ser uma figura pública e se expor mais, o assédio é agravado. "Sou mais julgada e estou mais exposta. Minha vida, meu corpo, minha dança, minha roupa... Tudo vira suposto motivo. Mas todas nós já vivemos experiências do tipo. Isso é triste", enfatiza a cantora.
Durante os shows, Keila faz mudanças nas letras das músicas que, originalmente, diminuem as mulheres, as colocam em posição de submissão, por exemplo, entre outras situações machistas. "Eu mudei completamente meu olhar sobre tudo quando entendi meu lugar na sociedade. As cargas que carrego enquanto mulher, periférica, mãe, afroamazônica, nortista", explica.
Atualmente, Keila está grávida do terceiro filho, Joaquim, e diz que ter sido mãe jovem influenciou bastante nesse entendimento político-social. "Me tornei mãe com 18 anos do Josué e todo meu processo de amadurecimento tem muita influência, principalmente quando a Alexa chegou em 2017, agora estou com quase 8 meses esperando o Joaquim", relata a cantora. Ela reforça que o processo é doloroso e nada romântico.
A cantora diz que quer influenciar outras mulheres a enxergarem o potencial que elas tem e mostrar que é possível ser dona da própria vida e realizar sonhos mesmo tendo que enfrentar adversidades. Por fim, Keila faz um pedido a todas as mulheres que acompanham ela:
"Apoie a sua mãe, a sua irmã, a sua amiga, a mana que precisa de apoio psicológico ou social, apoie mulheres na vida profissional, na social em todas as arestas. Não reforce rivalidade entre mulheres, não alimente esse sentimento. Derrubando esse sistema que insiste em desunir as mulheres a gente se torna mais forte para enfrentar principalmente questões estruturais como o patriarcado", aconselha.
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