Seja em dias ensolarados ou tardes chuvosas da capital paraense, os usuários de transporte público enfrentam dificuldades em seu cotidiano. Além das condições dos ônibus, os passageiros ainda precisam encarar a falta de abrigos de proteção adequados nas paradas. Nesta semana, o DIÁRIO percorreu alguns trechos de principais vias de Belém e registrou as estruturas precárias e até mesmo a falta de paradas de ônibus na capital.
Ao longo da avenida Almirante Barroso, o fluxo de veículos e pedestres é intenso durante todo o dia, e mesmo assim é possível encontrar o descaso da gestão municipal. No ponto localizado entre as travessas Perebebuí e passagem Lindolfo Collor (sentido São Brás – Entroncamento) parte do abrigo está com a cobertura toda enferrujada e com vários buracos. Com medo, alguns usuários evitam ficar embaixo esperando pelos ônibus. “Essa situação péssima das paradas está demais, e não é de agora. Todo mundo fica pegando sol e chuva direto porque não tem onde se esconder. Para não ficar nesse calor, eu prefiro até esperar na sombra do poste”, reclama o pescador Manoel Junior, 45 anos.
Covid-19: Pará é o 3º em casos de crianças com síndrome rara
A parada que fica em frente a uma faculdade particular, na mesma via, perdeu parte da cobertura. O que restou ficou tomada pela ferrugem e sujeira que se acumularam ao longo do tempo. Neste mesmo perímetro, mas no sentindo inverso da pista, o banco de um outro abrigo ficou retorcido após um acidente ocorrido há bastante tempo, mas que até hoje a substituição não foi feita.
Na área do entroncamento, apenas uma placa indicava a presença de um ponto de ônibus que recebe várias linhas que circulam pela Região Metropolitana. Para tentar amenizar o calor, os passageiros precisam esperar pelos transportes encostados em um muro que forma uma pequena faixa de sombra. Lá, algumas árvores também são a única proteção contra o forte sol da manhã.
Cartilha orienta mulher em caso de violência
PACIÊNCIA
Já na avenida Augusto Montenegro, os passageiros dizem que sair de casa para pegar ônibus tornou-se uma missão e uma intensa prova de paciência. Em um dos pontos que não existe a presença do abrigo, a placa que sinaliza a parada está quase chegando ao nível da calçada. A idosa Elizabeth Ramos, 68, que precisa sair frequentemente para comprar sua alimentação, diz que já ficou por duas horas esperando embaixo Do sol. “Isso é um absurdo! Faça sol ou chuva a gente precisa passar por essa situação vergonhosa de não ter uma coberta para esperar o transporte. E quando tem, fica todo mundo espremido, um do lado do outro”, desabafa.
Na Pedro Álvares Cabral, próximo à avenida Tavares Bastos, no bairro da Marambaia, os usuários utilizam os bancos de uma pequena praça que foram construídos pelos próprios moradores da área. Ali também não há a presença de uma estrutura adequada para os passageiros. A única placa que indica o ponto está repleta de ferrugem e limo, dificultando a visualização da sinalização.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Belém informou que atualmente existem 1.513 pontos de paradas de ônibus no município, sendo que desse total, apenas 570 possuem abrigos. O texto diz ainda que a implantação de novos abrigos depende de vários requisitos como a largura suficiente da calçada para ajustar o abrigo, e ainda dar espaço para a circulação de pedestre, não ser instalado em uma área tombada pelo patrimônio histórico ou sobre piso tátil para deficientes visuais, não estar em frente às garagens, entre outros.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar