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MORADIA

Setor imobiliário paraense começa a se recuperar

Mercado de imóveis começou a se recuperar. Com a pandemia do novo coronavírus, muitos lançamentos no Pará foram adiados para este segundo semestre

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Imagem ilustrativa da notícia Setor imobiliário paraense começa a se recuperar camera No país, mercado ficou mais aquecido em junho | Wagner Santana

Apesar das incertezas trazidas pela pandemia, o mercado imobiliário ficou mais aquecido. Levantamento feito pela consultoria Brain Inteligência Estratégica, mostra aumento na intenção de compra de imóveis: em março correspondia a 55% e em junho subiu mais 3%. Entre as pessoas que pensavam em comprar um imóvel, 22% efetivaram a aquisição em junho, um aumento de 6% em relação a março e 3% maior que abril, meses iniciais da pandemia. As regiões Sul e Centro-Oeste foram as que tiveram maior crescimento entre março e junho.

A primeira saltou de 8% em março para 23% em junho, e a segunda foi de 15% para 22% no mesmo período. O Sudeste se manteve estável (de 26% em março para 25% em junho) assim como Norte e Nordeste (16% em março para 18% em junho).

A pandemia da Covid-19 impôs uma ressignificação para o conceito de moradia no mundo e isso se refletiu no mercado de imóveis. O distanciamento social e a prática do trabalho à distância são partes cruciais desse processo, ampliando as funções do imóvel residencial. Muitas pessoas precisavam de mais espaço. E esse crescimento na procura de imóveis se refletiu também no Pará.

Bruno Miléo, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (Ademi-PA) diz que este mercado em Belém está num processo de recuperação desde o 2º semestre de 2019. “As empresas do setor iniciaram o ano de 2020 bastante otimistas, com estoque de imóveis baixo e com vários lançamentos programados para o 1º semestre desse ano, mas veio a pandemia em março e esses lançamentos foram na sua grande maioria adiados para este segundo semestre”, conta.

No primeiro momento o cliente que estava interessado em adquirir um imóvel em março postergou a compra, o mesmo ocorrendo em abril e maio. “Porém o interesse se manteve, quando retomamos as obras em junho. As vendas voltaram a ocorrer em todas as faixas de padrões de imóveis. Houve um aumento na procura por informações nos sites e redes sociais das empresas”.

Bruno Miléo
📷 Bruno Miléo |Divulgação

Miléo garante que nesse período de pandemia os preços se mantiveram e neste segundo semestre já começa a aparecer um viés de alta nos novos lançamentos, muito por conta do aumento dos insumos do setor. “As empresas esperam um segundo semestre muito melhor do que o primeiro, pois o impacto da pandemia no setor foi menor do que prevíamos. As taxas de juros estão baixas, houve um aumento na oferta de crédito e haverá um aumento na oferta de imóveis para o consumidor, como também a reabertura das demais atividades econômicas e consequentemente o aquecimento da economia como um todo em Belém”.

Como os potenciais compradores - assim como a maioria da população-, foram obrigados a se isolar em suas casas na pandemia, sem poder utilizar áreas condominiais, praças e piscinas, começaram a pensar em espaços maiores para ficar com suas famílias. “Durante o isolamento houve um aumento na procura por informações nos sites e redes sociais das empresas, mas não quer dizer que essa tendência se mantenha, não quer dizer que isso se mantenha no pós-pandemia”, alerta. “Como disse o que houve foi que o consumidor sondou muito e efetivamente houve o fechamento dos negócios em junho e julho”, completa.

AUMENTO

O administrador Wallace Freire Simões tem 10 anos de experiência no ramo imobiliário no Pará. Ele diz que houve um aumento na procura por imóveis durante a pandemia, que se refletiu no fechamento de negócios. “Chegamos a vender em todos os meses da pandemia e para vários públicos diferentes, diz. “No geral as locações caíram mais do que as vendas”. Em julho, Simões afirma que sua empresa teve 11 contratos fechados, incluindo propriedades em Salinas, um dos balneários mais procurados do Estado.

Wallace Freire
📷 Wallace Freire |Divulgação

Ele lembra que o mês de março foi o pior para o setor. “As pessoas estavam muito assustadas com a rapidez das contaminações e com as mortes. Interromperam os projetos alegando incertezas no futuro. As compras e vendas pararam. Isso foi melhorando aos poucos e quem já estava com programação e com parcelamento direto com os proprietários, continuou o negócio”.

Em julho ele diz que a situação começou a se normalizar. “Estamos sentindo um reaquecimento no setor imobiliário. As ligações voltaram a acontecer”, diz. “É bom deixar claro que o valor dos imóveis não caiu. Os descontos para fechamento estão no padrão previsível”. Como muitas pessoas estiveram distanciadas e ficaram em casa, ele afirma que houve muita procura por casas maiores e mais arejadas.

Digital

Uma ferramenta fundamental durante esse difícil primeiro semestre foi o marketing digital feito por corretores e empresas através das plataformas on-line de vendas, em sites e redes sociais.

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