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AGLOMERAÇÕES

Distanciamento social é inexistente em paradas de ônibus de Belém 

Em abril, durante o “pico” da Covid-19, custodiados pela Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), em parceria com o Departamento de Trânsito do Estado (Detran), pintaram marcações nas paradas de ônibus, como forma de prevenir a dissemin

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Imagem ilustrativa da notícia Distanciamento social é inexistente em paradas de ônibus de Belém  camera As demarcações feitas no chão já estão apagadas. Os usuários não têm proteção na maioria dos pontos. | Fernando Araújo/Diário do Pará

Em abril, durante o “pico” da Covid-19, custodiados pela Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), em parceria com o Departamento de Trânsito do Estado (Detran), pintaram marcações nas paradas de ônibus, como forma de prevenir a disseminação do novo coronavírus. As marcações pintadas nas calçadas, em amarelo, tinham distância superior a um metro e serviam para demarcar o distanciamento recomendável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A medida tratava de um dos serviços essenciais que mais aglomera pessoas, ao menos na capital paraense: o transporte público. Paradas de ônibus e coletivos são locais que vivem tradicionalmente lotados, sobretudo nos horários de pico. Quase três meses depois do início do lockdown, os pontos de ônibus continuam cheios, mas as marcações feitas em abril já estão invisíveis aos olhos do passageiro.

As motivações que afastam o usuário do espaço são as mais diversas, a começar pelo número de pessoas que não encontra marcações suficientes nas calçadas. Além disso, em horários de pico durante o dia, o calor insuportável muitas vezes deixa o passageiro sem alternativa. Neste caso, a boa e velha sombra, seja das árvores, uma mureta ou até do poste, já ajuda.

O pedreiro Edielson Ribeiro sabia da existência da marcação, e mesmo estando sozinho e distante de outras pessoas, ficou próximo a um dos 20 quadrados existentes em uma parada da avenida Almirante Barroso, próximo ao Bosque Rodrigues Alves. “Eu sempre pego ônibus aqui e sabia que essa marcação era uma forma de prevenção. É importante, o problema é que está apagada e quase ninguém vê. Acho que por isso ninguém fica em cima”, diz.

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Já outras pessoas simplesmente preferem se isolar enquanto o coletivo não chega. É o caso da esteticista Brenda Benitt. Ela conta que ao utilizar o transporte coletivo, evita ao máximo se aproximar de outras pessoas, desde a espera até o desembarque. “Sempre fico distante das pessoas, até porque na minha casa tenho três pessoas no grupo de risco, então evito o contato, procuro sempre levar meu álcool e sentar sozinha”. A precaução tem sentido, segundo ela, porque dos familiares com risco alto - filho e avós - nenhum contraiu a Covid-19.

A indiferença com as marcações no chão, ao menos durante o dia, encontra guarita quando a onda de calor assola quem está à espera do ônibus. Em frente ao Terminal Rodoviário, outro ponto com grande aglomeração, passageiros se afastam o quanto podem, para fugir do sol, num ritual já conhecido e não levado em consideração pelo poder público. Cinco meses após o primeiro caso registrado em Belém, o paraense ainda procura meios para se proteger, mas sem sacrificar a pele enquanto o coletivo não chega.

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