
Estar na capa do DIÁRIO, ser notícia no caderno Você, pode ser um marco na vida de um artista ou mesmo de pessoas comuns com iniciativas inspiradoras para a cena cultural do estado. É principalmente um grande incentivo e reconhecimento, dizem alguns desses personagens que já passaram por aqui, como as cantoras Gina Lobrista e Ruth Clark. Para elas, inclusive, foi um momento em suas carreiras que ficou emoldurado na parede.
“Foi um divisor de águas na minha carreira”, diz Gina, sobre a notícia em 2014, quando começava a ganhar notoriedade nacional. Convidada para ser entrevistada no Ver-o-Peso e fazer várias fotos no local, ela conta que não imaginava que seria a capa do jornal. “Eu morava no Tapanã, numa casa bem simples, eu só soube quando meu vizinho bateu na porta, já mostrando o jornal. A partir dali, todo mundo veio atrás de mim, recebi vários seguidores na internet, rádios, TV, outros jornais”, lembra.

Há sete meses, Gina está morando em Portugal. Ela conta que foi em busca de emprego e, como muito trabalhadores brasileiros, na expectativa de ganhar em euro e ter uma qualidade de vida maior. Mas também tenta manter sua produção artística, ainda que de forma menos intensa, já que a pandemia também fechou muitos espaços por lá. Sem poder levar muito na bagagem, conta que o jornal, emoldurado, ficou em Belém.
“Logo depois da notícia, quando fui visitar meu pai na fazenda, ele tinha todas as páginas, de fora e de dentro, emolduradas. Eu achei tão lindo. E ele me deu de presente. A partir daí, eu passei a emoldurar. Na verdade, tudo o que eu fazia, o DIÁRIO sempre estava comigo. Quando tomei decisão de acabar a carreira, e mesmo depois de estar aqui, vocês ainda me acompanham”, diz ela, contando que gravava por lá um vídeo cantando “Ao Pôr-do-Sol”, de Teddy Max, um hino da música brega paraense.
O mesmo ocorre com outras linguagens artísticas, como o teatro e a dança. “É uma honra e um prazer muito grande poder sair nessas folhas, que tendem a cada vez mais ampliar o seu leque de reconhecimento artístico, cultural, com um olhar mais sensível, mais dedicado”, comenta Igor Marques, produtor cultural e artista da dança. Para ele, cada publicação sobre projetos que realiza, como o Circuito Norte em Dança, é um motivo para comemorar. “Porque sentimos que nós, da cultura, temos dificuldades de ter entrada em alguns lugares e o DIÁRIO DO PARÁ é uma porta que sempre está aberta para nós”.
Bem representados
Para alguns, além do reconhecimento, brilha ainda mais a possibilidade de serem um exemplo na sociedade e representantes das comunidades onde cresceram. “Eu venho analisando como as pessoas negras vêm sendo marginalizadas, sempre nos vemos nas capas de jornais impressos como marginais. E acredito que sou vencedora de estar na capa de um jornal impresso como artista que sou. Levando assim representatividade para os meus irmãos de cor. Emoldurar é como se fosse um prêmio”, diz Ruth Clark.
O sentimento é muito próximo do que foi vivido por Verinaldo Melo, que criou na laje da própria casa o “Mirante TF”, espaço que usa para realizar lives para divulgação da cultura e da arte produzida no bairro da Terra Firme, e que foi capa do caderno Você. O autônomo que se tornou um divulgador cultural fez questão de mostrar a capa do jornal durante a live e pediu ainda mais visibilidade aos projetos culturais de iniciativa popular.
“Dentro da periferia tem muitos projetos bons, na área da dança, escultura, pintura, dança de rua, música, futebol. E todo mundo quer essa janela, essa oportunidade de informar sobre as suas atividades”, diz ele, que acompanha sempre as notícias de perto e conta que ainda está emocionado por ter saído na capa do Você. “Você se ver como notícia, e por uma coisa boa, é muito legal, ainda mais com um projeto pai d’égua”, diz Verinaldo.
Ele diz que notícias assim mostram que a periferia é muito rica em cultura e de gente que precisa desse incentivo. “As pessoas na periferia são pessoas trabalhadoras, honestas e sonhadoras. Parabéns ao DIÁRIO DO PARÁ, continuem falando coisas boas da Terra Firme, do Jurunas, da Cabanagem, de Icoaraci, de todas as periferias do Pará”, pediu. “Estar no jornal é uma mensagem que estamos vencendo, estamos avançando, e não, não terá espaço para nenhum tipo de preconceito. Somos fantásticos! É elevar a autoestima de cada artista nortista”, afirma também Ruth Clark.
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
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