Em meio a indecisão sobre o retorno do calendário escolar de 2020, pais e comerciantes seguem como os principais prejudicados com a interrupção das aulas, seja na rede estadual ou privada de educação. O retorno indefinido faz com que o setor de materiais escolares tenha sofrido uma queda sem precedentes. O jeito é trabalhar com o que há disponível e torcer para que a disseminação do novo coronavírus esteja sob controle, não afetando ainda mais o cambaleante mercado.
Por todo o centro comercial da capital paraense é possível perceber a baixa movimentação nas lojas voltadas exclusivamente para a venda de materiais escolares. Armarinhos e papelarias estão com seus estoques abarrotados de mercadorias, enquanto que, nos corredores, pouca gente se arrisca a renovar o material escolar do filho e sobra reclamação. “Sinceramente, estamos mais animados para o retorno em janeiro, no início do calendário anual, do que para este mês de setembro, como estava sendo prevista”, afirmou a administradora de empresas Raquel Barroso, 35.
Barroso é mãe de dois filhos. A mais velha estuda no primeiro ano do ensino médio, enquanto que o mais novo, de apenas quatro anos, necessita de cuidados mais atenciosos ainda no ensino pré-escolar. Caso precise optar por comprar o material escolar ou aguardar uma definição legal, ela vai pela segunda opção. “Eu comprei o material do meu filho menor e quando a pandemia começou, retiramos ele da escola e passamos a fazer as atividades em casa”, completou.
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PREJUÍZOS
A estratégia dela esbarra na mesma adotada pelos lojistas do ramo. Muitos dividem o foco das vendas: ora trabalham bastante com materiais escolares, ora trabalham com suprimentos para escritórios. A gerente de uma papelaria, também no centro comercial de Belém, conta que não é tempo para perder, mas sim correr atrás de outras oportunidades. “Aqui na loja, nós trabalhamos muito também com material de escritório. Não fizemos compra para ajustar estoque. Então, enquanto não normaliza, a gente fica basicamente em casa”, revela-se preocupada Suzane Quaresma.
De forma geral, os pais de alunos não estão satisfeitos com a bagunça que o calendário vai envolver. A data estipulada inicialmente foi transferida e o poder público ainda vai estabelecer uma nova data. “Nós temos um estoque muito grande. Não fizemos nenhum aporte. Só o que falta é o cliente aparecer. Ele achou ainda fraco, mas se deus quiser vai engordar”, opina o gerente comercial Aldo Amoras. “Tradicionalmente, os meses de janeiro e fevereiro são os mais intenso, enquanto julho e agosto acontece uma recaída natural, mas nesse caso nada está mudando. Estamos até preocupados”, finalizou.
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