A persistência do coronavírus no organismo de algumas pessoas é muito maior do que se pensava. Num trabalho pioneiro, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acompanharam e documentaram o caso de uma mulher que permaneceu 152 dias infectada com o Sars-CoV-2 com capacidade de multiplicar, isto é, com o vírus potencialmente contagioso. Essa é a mais longa persistência de coronavírus já documentada no mundo e evidencia o importante papel dos assintomáticos da pandemia.
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Ele reforça a hipótese de que os assintomáticos são os pilares de sustentação da disseminação do Sars-CoV-2. A mulher, identificada apenas como a Paciente Número 3, é uma profissional de saúde do Rio de Janeiro que adoeceu em março, sem maior gravidade. Ficou três semanas com sintomas leves e não precisou ser internada. Depois, os sintomas se foram, mas não o coronavírus.
O caso é o mais longo, mas não é isolado. Essa descoberta faz parte do trabalho da força-tarefa de estudo do coronavírus realizado pela UFRJ, que desde março testou por RT-PCR (molecular) mais de 3.000 pessoas, em sua maioria profissionais de saúde do estado do Rio de Janeiro. Em cerca de 60% das pessoas infectadas, o coronavírus deixa de se replicar nas vias aéreas superiores após 10 dias. Por isso, não pode ser mais transmitido. O coronavírus não faz viremia, não circula no sangue. Mas cientistas supõem que ele possa se esconder em outras partes do corpo, que funcionariam como reservatórios.
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- Resolução determina que escolas de Ananindeua retornem apenas com autorização médica ou sanitáriaEm algumas pessoas, por motivos ainda desconhecidos, ele poderia deixar seu esconderijo e voltar a se multiplicar em boca e nariz, sendo de novo transmissível. O grande problema e o que faz o vírus insidioso é que a pessoa pode não manifestar sintomas, não saber que está contagiosa e mais uma vez propagar a Covid-19.
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