O lugar é próximo do ponto de travessia para um dos destinos turísticos mais procurados de Belém, que é a ilha do Combu, na Praça Princesa Isabel. Ali, na antiga sede do Iate Clube, a Prefeitura de Belém propôs implantar o Marina Belém, projeto que iria eliminar a subutilização de um trecho considerável da orla da cidade e dispor de quadras esportivas, pier, praça de alimentação, calçadão, espaço pet e outros serviços para a população na avenida Bernardo Sayão. No entanto, a população reclama do abandono do local, que tem se tornado um lixão a céu aberto.
Quem mora próximo, inclusive, tem muitas dúvidas em relação ao projeto. Uma delas é quanto ao valor da empreitada, que ninguém até o momento sabe quando custará. Não há nenhuma informação sobre isto no site Desenvolve Belém, página da prefeitura que apresenta alguns projetos da administração municipal, um deles o Marina Belém. Os internautas que acessarem a página só podem conferir a maquete e ter uma dimensão de como ficaria aquele trecho da orla.
Ontem (2), o DIÁRIO foi ao local do projeto e constatou a situação de abandono. Há trabalhadores na reforma da Praça Princesa Isabel, mas nenhum morador local ou transeunte sabia dizer se a revitalização daquele espaço faz parte do Marina Belém. Na área do projeto, galerias de concreto – que deveriam ser usadas nas obras de macrodrenagem da avenida, outra obra que aparentemente está parada – ocupam o terreno e sofrem com a ação do tempo. O mato toma conta do local e os entulhos de lixo podem ser vistos por toda parte.
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O autônomo Marco Antônio Pereira, 50 anos, nasceu e se criou na Bernardo Sayão e disse lamentar a situação de abandono da comunidade. “Em novembro do ano passado começaram as obras aqui. Mas só o que a prefeitura fez foi jogar este asfalto nessa área e transformar aqui num estacionamento”, apontou. “Mas se tu ver, esse asfalto é de péssima qualidade. Está afundando numa parte e já tem buracos em outra”, criticou.
Apesar de ser morador antigo na área, ele alega desconhecer detalhes sobre o Marina Belém. Comentou que a população não foi ouvida, nem que foi convidado para participar de qualquer reunião ou audiência que fosse apresentar o projeto. “O que a gente sabe é o que viu pela mídia e passamos a perguntar. As obras aqui pararam semanas antes da pandemia (que começou em abril) e a gente que tem se virar para dar vida aqui para essa área, senão vira ponto de venda de drogas e prostituição”, frisou Marco Antônio.
O internauta Douglas Neves usou o perfil dele no Twitter para cobrar a conclusão das obras no local. Na postagem, feita no último dia 31 de agosto, ele escreveu: “Sr. Prefeito @zenaldocoutinho faça o favor de terminar a prometida obra, hoje abandonada e sem qualquer satisfação ao cidadão”. A publicação foi seguida de outras marcações de perfis e de um vídeo promocional do Marina Belém.
RESPOSTA
Em nota, a prefeitura de Belém informou que a obra naquele perímetro da avenida Bernardo Sayão atende somente a Praça Princesa Isabel. A resposta enviada ao DIÁRIO não diz nenhuma linha sobre o projeto Marina Belém. Pelo que consta no site da prefeitura, o Desenvolve Belém seria um programa que depende da parceria entre o poder público municipal e a iniciativa privada, composto por quatro projetos, um deles o Marina Belém. No entanto, tudo parece estar mesmo parado. Não há informações quanto a licitação para as obras, tampouco se alguma instituição manifestou interesse pelo projeto.
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