A redução do distanciamento social e a relativa estabilidade do número de casos da Covid-19 no Estado está ocasionando a retomada gradativa nos atendimentos e procedimentos eletivos (sem urgência para realização) nos estabelecimentos particulares de saúde que, em abril passado, no pico da pandemia, chegaram a registrar apenas 40% de ocupação de leitos hospitalares, em média.
Com o crescimento do número de casos de Covid-19, muitos leitos nos hospitais haviam sido substituídos para atendimento exclusivo para pacientes contaminados pelo vírus. “Os atendimentos de urgência voltaram fortemente e as cirurgias que tiveram que ser adiadas por conta da quarentena estão sendo retomadas mais fortemente desde os meses de julho e agosto”, destaca Breno Monteiro, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos em Serviços de Saúde do Estado do Pará e da Confederação Nacional de Saúde (CNS).
Alguns procedimentos como cirurgias corretivas e cirurgias plásticas, por exemplo, ainda permanecem com uma demanda baixa, e incluído na lista de prioridade “zero” da maioria dos pacientes. “Se o paciente tem um mioma no útero que não está sangrando ou um problema corretivo de vista que não atrapalha suas atividades, por exemplo, vai continuar adiando o procedimento um pouco mais, mas isso vem sendo retomado gradativamente. A recomendação na época era que todos os procedimentos que pudessem ser adiados em até 8 semanas, fossem adiados”.
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HOSPITAIS
Apesar da queda nos atendimentos nos meses de abril, maio e junho, Breno diz que nenhum hospital privado fechou no Estado nesse primeiro semestre. “Com a estabilidade do número de casos e a queda nas mortes, as pessoas passaram a sair mais de casa e reagendaram seus atendimentos, possibilitando que os médicos retomassem suas atividades ambulatoriais, o que gera as demandas de tratamentos e internações nos hospitais”, explica.
Monteiro acredita que as pessoas que necessitam de tratamento chegaram ao seu limite de adiar o que precisavam fazer. “Para você ter uma ideia, 60% dos diagnósticos de câncer deixaram de ser feitos e isso pode prejudicar sobremaneira o tratamento mais para frente. A curto prazo”.
A demanda de atendimento por pessoas com problemas coronarianos está bem maior agora do que antes da pandemia. Uma quantidade grande de pacientes enfartados tem dado entrada nas emergências dos hospitais em razão do adiamento dos tratamentos. Outra área bem procurada é a de trauma, já que o movimento de carros e motos aumentou nas ruas e o número de acidentes, consequentemente, cresceu.
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O presidente do sindicato diz que os reflexos da pandemia no setor dos estabelecimentos privados de saúde serão a longo prazo e ainda não podem ser mensurados. Chegou um período que os hospitais não tinham recursos para pagar seus funcionários. “As dificuldades financeiras foram enormes. Apenas no período da pandemia 327 mil pessoas perderam seus planos de saúde no Brasil. Em muitos desses casos as pessoas perderam o emprego e o plano porque foram demitidas e a empresa pagava seu plano”.
Ele diz que todos os hospitais criaram protocolos rígidos para atender os pacientes que vão realizar cirurgias eletivas. “Foram criados fluxos de entradas exclusivos para evitar o contato com os atendidos por Covid-19 nos estabelecimentos para garantir a maior segurança possível aos pacientes, dando todas as condições para que retome seu tratamento”.
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