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Prática do home office reduz no Pará

Em julho, cerca de 77 mil pessoas trabalharam de forma remota, o que representa 3,1% dos ocupados. Em maio, o IBGE registrou um total de 113 mil. Especialista em RH orienta como deixar o home office mais produtivo

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Imagem ilustrativa da notícia Prática do home office reduz no Pará camera José Edilson Neto foi um dos trabalhadores que passou a atuar em formato de home office | Mauro Ângelo

O cenário dos últimos meses por conta da pandemia do novo coronavírus levou ao trabalho remoto, mais conhecido como home office, para funcionários de empresas de diferentes portes. No Pará, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho de 2020 eram 2,937 milhões de ocupados e a estimativa é de que 77 mil pessoas trabalharam de forma remota no mesmo período. Isso representa 3,1% dos ocupados. Os dados foram levantados no referido mês pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid-19).

Em maio, o levantamento registrou um total de 113 mil pessoas realizando atividades remotas, utilizando as tecnologias de informação e comunicação, dentre elas, telefone, computador ou tablets. O contingente representava 5,7% dos ocupados no período.

No comparativo entre os dois meses, segundo o coordenador estadual da PNAD Covid-19, Luiz Martins, a redução no quantitativo de pessoas que estavam realizando home office foi a nível de Brasil e Pará. “No Brasil, o comportamento foi similar. Em maio 8,7 milhões de pessoas trabalhavam de forma remota (13,3% dos ocupados) e, em julho, esse número diminuiu para 8,4 milhões, ou seja, 11,7% dos que tinham trabalho no período”, esclarece.

Esta modalidade de trabalho, de certa forma, acabou fazendo com que as empresas se adequassem a algo que já estava planejado ou que já era um desejo. A pandemia apenas impulsionou este formato de ocupação. É o que acredita o diretor de Recursos Humanos da Trainee RH, Thallys Ferreira. “Foi algo que aconteceu de forma bem rápida e em um curto espaço de tempo. Muitas empresas estavam retardando o modelo e a pandemia acelerou o processo”, explica.

MODALIDADE

Embora ainda seja um processo, tanto para o colaborador quanto para a empresa, algumas profissões exigem mão de obra essencialmente operacional, o que pode impactar na produtividade do ofício, sobretudo em indústrias. “No Pará, temos que levar em consideração a mão de obra, sobretudo, operacional, como a extração mineral, vegetal, etc. Portanto, como fazer home office dessa atividade se o funcionário não estiver na linha de produção? Não estiver in loco? Neste sentido, podemos dizer que o trabalho remoto se adequa muito bem para atividades mais administrativas”, pontua Ferreira.

Quem trabalha diariamente com processos operacionais e administrativos sentiu os efeitos do home office por causa da pandemia. É o caso do engenheiro de produção José Edilson Neto, 27 anos, que atua há quase três anos em uma empresa do setor de cosméticos, instalada em Benevides.

Antes da pandemia, ele passava 80% do tempo em trabalho operacional, em viagens pelo Pará, Amapá, Maranhão e Mato Grosso. E, quando estava no escritório da empresa, executava o trabalho administrativo. “A minha função é administrativa na empresa e operacional nas viagens de campo. Trabalho com fornecimento de biodiversidade e preciso acompanhar o serviço das comunidades, promover capacitação, treinamento, verificação de qualidade do produto e prestação de assessoria técnica nas fábricas. Esta parte do trabalho em campo tive que suspender, e mantivemos tudo pela internet”, explica.

Ainda segundo o engenheiro, o trabalho remoto exigiu maior adaptação, pois influenciava nas relações pessoais, sem a conversa “olho no olho” ou a presença física, algo que, para ele, faz toda a diferença.

Entre vantagens e desvantagens

Dependendo do local de trabalho, para o colaborador, a perda de vínculo com os colegas; do contato visual; o excesso de carga de trabalho, caso não haja disciplina; o aumento nas contas de energia elétrica; a desconcentração com atividades domésticas ou a ausência de equipamento ergonômico, podem sim ser considerados fatores de desvantagem, segundo Ferreira.

Thallys Ferreira, diretor de Recursos Humanos
📷 Thallys Ferreira, diretor de Recursos Humanos |Reprodução

Mas, como todo e qualquer sistema, existem também benefícios tanto para empresas, que vão desde a redução de custos operacionais e maior produtividade do colaborador, quanto para o empregado, que inclui não perder tempo com congestionamento no trânsito, ter uma alimentação mais saudável dentro de casa, redução de custos com estacionamento ou com refeição, e maior flexibilidade de horário.

“Na transição para o home office senti bastante, mas, aos poucos, me adaptei e a empresa deu todo o suporte necessário, com clube de meditação, palestras e encontros on-line, kit ergonômico e auxílio home office. Acredito que tudo é uma questão de ajustes e de organização, embora sinta falta da rotina antiga”, declara José Neto.

Dicas para um home office mais produtivo

Organização de tempo: importante planejar seu tempo de forma que se estabeleça metas a cumprir. Não se perder em outras atividades que não as profissionais

Disciplina: aliar organização e disciplina para garantir um home office com maior produtividade. Não adianta ter organização e não ter disciplina

Familiares em casa: é interessante conversar com as pessoas que residem no local para que entendam que aquele período de trabalho não seja interrompido. Para que seja produtivo para o profissional

Distrações: elimine distrações como TV ou no seu computador ou celular

Fonte: Thallys Ferreira.

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