Na sexta-feira (18), a forte chuva que caiu em Belém gerou engarrafamentos e alagamentos. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o temporal foi atípico, mas serviu para aumentar o volume de chuvas do mês, que ainda está abaixo do esperado. “Até a última quinta-feira (17), os totais pluviométricos estavam em 27 milímetros. Na sexta deu uma chuva forte que mediu na estação convencional 32,5 milímetros, ou seja, somente a chuva de sexta passada, das 17h às 19h, foi superior aos primeiros 17 dias do mês. Mas isso foi excepcional”, explica José Raimundo, diretor do Inmet.
As chuvas, segundo o pesquisador, se desenvolvem mais para os lados leste e nordeste da Região Metropolitana de Belém (RMB), portanto, em Ananindeua e Icoaraci. Segundo ele, a maior parte das pancadas não atingiu a grande área urbana, o centro de Belém. “Temos nove dias para chover mais 60 milímetros, e ainda ficaríamos abaixo da média”, diz.
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Em relação ao chamado inverno amazônico, o diretor acredita que só chegue no final de novembro e início de dezembro. Até lá, algumas “surpresas” devem atingir a capital, ainda que a média para os últimos meses não esteja sendo alcançada. “Agosto não alcançou a média de chuvas. Choveu apenas 45% da média de 135 milímetros. Em setembro, que é 144,8, até agora tá em 60 milímetros. Em outubro, a média é de menos de 124, mas existe uma expectativa de aumento gradativo, mas mesmo assim a tendência é que os quatro meses sejam mais secos”.
RECLAMAÇÃO
Mas não precisa ser uma forte chuva para os moradores de algumas áreas de Belém sofrerem com os alagamentos. Amanda Batista, 24 anos, é proprietária de uma academia na avenida Celso Malcher, no bairro da Terra Firme. Quando conversou com a reportagem não havia chovido, mas sim um dia antes. Entretanto, a água empoçada ainda gerava incômodo.
“Poderiam desobstruir os bueiros e fazer a limpeza das ruas, mas esse trabalho não é feito. Para completar, veículos muito pesados transitam por aqui, formando esses buracos que deixam a água empoçada. Em alguns locais são colocados aterro para amenizar. O jeito vai ser fazer o mesmo para não prejudicar a entrada”, diz.
O trecho, na esquina com a passagem Nossa Senhora das Graças é totalmente desnivelado, com muita lama. Com a passagem de veículos a água da chuva acaba invadindo as casas.
Em outro bairro, o problema é a falta de limpeza dos canais. A aposentada Antônia Vieira, 72, costuma sentar na porta de casa, na travessa Estrela, esquina com o canal da passagem José Leal Martins. Mas ela só pode fazer isso quando não chove.
“Eu levantei a casa há muito anos, mas ainda hoje ela (água) bate bem próximo, principalmente quando os carros passam e fazem aquela onda”, diz. A providência aconteceu por causa das perdas materiais e hoje ela espera que o trabalho preventivo seja feito pela Prefeitura de Belém. “Já perdi fogão, geladeira, sofá. Várias coisas. Até agora ninguém fez nada no canal. Se não fizerem, quando a chuva chegar vai ser a mesma coisa”, alerta.
A mesma reclamação vem da Pedreira. Há 35 anos Deolinda Viana, 76, mora na passagem Santa Luzia e convive com os alagamentos durante as chuvas mais intensas. Morando próximo ao canal da Pirajá, diz que não há um período chuvoso em que as ruas não alaguem. “Espero que alguém faça algo aqui, porque tem vezes que a água invade as casas e todo mundo fica ilhado. É uma preocupação”.
Resposta
A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) afirma que equipes do Departamento de Resíduos Sólidos (DRES) realizam limpeza regulares nas referidas áreas. Na travessa Estrela, diz a nota, os alagamentos devem ser definitivamente sanados com o término das obras da macrodrenagem, realizadas pelo governo estadual. Nos dois outros locais, a Sesan diz que fará levantamentos técnicos nos próximos dias e, se necessário, utilizará o recurso de um hidrojatopara desobstruir esgotos e galerias.
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