Com reajustes acima de 20% nos preços de alguns itens, praticados no período de janeiro a agosto deste ano, a alimentação básica dos paraenses continua entre as mais caras do país. Um balanço efetuado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará) sobre a trajetória de preços da cesta básica mostra uma alta acumulada de 6,61% contra uma inflação calculada para o mesmo período em 1,16%.
Somado aos aumentos de custos de outras despesas como os combustíveis, transportes, energia elétrica, entre outros, hoje o assalariado enfrenta uma grande dificuldade para manter as contas em dia. Dentre os itens da cesta básica que sofreram reajustes acumulados em mais de 20% nos primeiros oito meses do ano estão o arroz (26,32%), o leite (25,40%), o feijão (21,31%) e o óleo (20,51%).
Outros itens também contribuíram para o atual custo da cesta básica como a farinha (18,62%), o açúcar (13,27%) e o tomate (17,43%). A má notícia é que o mês de setembro deve fechar com os preços seguindo em elevação, conforme informou Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese.
Em agosto, a básica custou R$ 441,51 comprometendo na sua aquisição quase metade do atual salário mínimo de R$ 1.045,00. “Infelizmente esse balanço ainda será acrescido com os dados de setembro. Os preços ainda vão subir mais. Isso tudo num período no qual a renda caiu e o auxílio emergencial que a partir de agora será a metade do valor que estava sendo pago. O assalariado está comendo menos, comprando em menor quantidade. Grande parte das pessoas está fazendo isso. Até o açaí subiu mais que a inflação”, pontuou Sena.
O economista ressaltou ainda que o cenário de custos elevados em todos os segmentos da economia não deve apresentar melhora a curto prazo, já que a economia está começando a reagir aos poucos, após os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus. “É um problema de conjuntura que atingiu o país e o mundo e que só vamos começar a sair a partir da vacina“, disse Sena.
CONSUMO
A esteticista Josiane Figueiredo, 39, disse que retirou muitas coisas da lista na hora de fazer as compras no mercado. Mesmo assim continua tendo um alto custo com a alimentação. “Compro o grosso, como feijão, arroz, óleo, café e açúcar. Na compra do mês gasto uns R$ 600 e depois ainda tenho de comprar carne, frango e peixe”, explicou.
Para o servidor público Mauro Cardoso, 35, as hortaliças, verduras, arroz e o feijão aumentaram muito de preço nos últimos meses. A saída é tentar economizar. “Antes da pandemia, com menos dinheiro a gente levava mais coisas. Hoje gastamos mais e levamos menos. A gente tenta evitar supérfluos, como salgadinhos, essas coisas. Incluindo tudo, a compra mensal está em torno de R$ 1.100 e sempre acaba faltando algo, toda semana tem de vir ao supermercado”, garantiu.
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