Em 2016, apenas 3 mulheres foram eleitas vereadoras em Belém. Após Marinor Brito se tornar deputada estadual, tivemos a primeira vereadora negra da capital paraense, Nazaré Lima, que era sua suplente.

Neste ano, a capital paraense possui pela primeira vez uma indígena como candidata à Câmara de Belém: Márcia Kambeba (PSOL), da etnia Omágua/Kambeba.

Kambeba é mestre em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas e professora convidada do Departamento de Licenciatura Intercultural Indígena pela Universidade do Estado do Pará. Há 9 anos morando em Belém, é também escritora e poeta e possui os livros “Ay Kakyri Tama”: Eu moro na Cidade e O Lugar do Saber.

Para Márcia, essa eleição é um divisor de águas, “percebo a minha presença nessa campanha política como uma necessidade de lutar por nossos direitos invisibilizados por anos. Desde menina ainda na aldeia observava os candidatos chegarem para pedir votos dos parentes, mas não se via retorno e apoio nas nossas lutas. É por esse motivo que aceitei o convite e concorrerei a vaga de vereadora, não apenas pela luta indígena, mas por todos que sentem seus direitos violados e negligenciados”.

“Essa realidade que vi na aldeia quando criança quero mudar, como muitos indígenas que estão se candidatando em outras cidades do Brasil, quero lutar pela defesa do meio ambiente, uma educação pública e de qualidade, aproveitando os saberes indígenas que podem ser implantados numa cidade amazônica”, destacou Kambeba.

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