A casa São Vicente de Paulo, no bairro da Pedreira, em Belém, reclama dos problemas que cercam o local, além do gasto extra com manutenção. Como se já não bastassem todas as complicações causadas pela pandemia de Covid-19, que afeta especialmente os idosos, as moradoras do Abrigo São Vicente de Paulo, onde vivem cerca de 30 senhoras, muitas delas com mais de 100 anos de idade, ainda precisam enfrentar outro problema. Esse bem mais visível que o novo coronavírus.
O lixo e o entulho despejados praticamente todos os dias na calçada da casa de assistência, localizada ao lado da Escola Estadual Donatila Lopes, no bairro da Pedreira, em Belém. Os dois estabelecimentos sofrem as consequências do descarte irregular de resíduos, que provoca o entupimento de bueiros, alagamentos e o aparecimento de ratos, entre outras consequências.
A presidente do abrigo, Silvia Cruz, afirma que a situação tem gerado ainda outros problemas. “Quando chove, o lixo entope os bueiros que estão sem tampa e para fugir do alagamento, alguns veículos sobem a calçada, que já está completamente danificada”, descreve.
No local é possível encontrar de tudo. Além do lixo doméstico, há garrafas de vidro, cadeiras, carcaças de geladeiras, pedaços de madeira, entre outros restos de objetos. “Já tentamos fazer ações de conscientização junto aos moradores da área e aos carrinheiros, que despejam tanto entulho quanto lixo normal, mas até agora não tivemos resultados. Já até conseguimos que três deles fossem presos, mas acabaram sendo soltos na audiência de custódia e tiveram seus carrinhos devolvidos. Agora continuam a jogar lixo aqui na frente e ainda debocham dos funcionários do abrigo”, conta.
A presidente ressalta que a retirada do lixo tem ocorrido com frequência, mas que apenas isso tem sido insuficiente. “Infelizmente é preciso haver uma fiscalização efetiva, porque nós do abrigo não temos como fazer isso. Um funcionário nosso já foi ameaçado porque quis impedir que o lixo fosse jogado por um carrinheiro”, revela.
GASTOS
Apesar de ser uma instituição que vive de doações, a presidente conta que periodicamente precisa destinar um valor, que poderia ser usado em prol das idosas, para fazer a desratização do lugar em um curto espaço de tempo. “Até porque para que a casa continue funcionando temos de seguir todas as normas para termos o alvará, então precisamos ter o controle de pragas e animais peçonhentos”, detalha.
Para Silvia Cruz, além da limpeza do local, é preciso que a Prefeitura de Belém faça um trabalho de conscientização e educação com os moradores próximos. “Para que eles entendam que eles também são responsáveis quando contratam carrinheiros para retirar os entulhos de suas obras e despejarem aqui na frente do abrigo”, destaca.
A reportagem do DIÁRIO esteve no local, na manhã de ontem, para tentar conversar com os moradores do local, mas eles não quiseram se manifestar. Em nota, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou que “mantém a coleta diária no local. Inclusive, uma equipe da Sesan está no local fazendo a eliminação do ponto de descarte irregular de lixo e entulho. A Sesan ressalta a importância da colaboração da população para manter o espaço limpo.”
Já até conseguimos que três deles fossem presos, mas acabaram sendo soltos na audiência de custódia e tiveram seus carrinhos devolvidos. Agora continuam a jogar lixo aqui na frente e ainda debocham dos funcionários do abrigo”, Silvia Cruz, presidente
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