A chapa composta pelo candidato a prefeito de Igarapé-Miri, nordeste paraense, Antoniel Miranda e pela candidata a vice-prefeita, Carmozinha, está sendo investigada pela Justiça eleitoral por suspeita de abuso do poder econômico e compra de voto. Uma operação de busca e apreensão foi realizada em postos de combustíveis da cidade para averiguar as acusações.
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A investigação foi solicitada pelo promotor eleitoral Nadilson Portilho, do Ministério Público do Pará, após denúncia de que houve distribuição aleatória de combustível em postos de Igarapé-Miri, no último dia 24 de outubro, durante um evento eleitoral realizado por Antoniel Miranda e pela vice Carmozinha.
O juiz eleitoral Arnaldo José Pedrosa decidiu, então, pelo cumprimento dos mandados de busca e apreensão de documentos relacionados às imagens de câmeras de segurança de três postos de combustível de Igarapé-Miri, das 11h às 17h, do dia 24 de outubro.
Além disso, foi autorizada a busca e apreensão de notas fiscais emitidas nesses postos no mesmo horário e mesmo dia.
Na decisão, o juiz destaca que a ação é necessária ao se considerar a “brevidade do período eleitoral aliada à possibilidade de desaparecimento de provas que se pretende produzir em eventual representação eleitoral por conduta vedada e captação ilícita de recursos de campanha”.
ABUSO DE PODER RELIGIOSO
Além de abuso de poder econômico, o Ministério Público Eleitoral apura denúncias de que a chapa de Antoniel e de Carmozinha pratica abuso de poder religioso, usando influência de pastores da cidade para cooptar eleitores.
Na véspera do evento que motivou as investigações, por exemplo, o pastor Josias de Souza, presidente da igreja evangélica Assembleia de Deus, a maior do município, enviou mensagens de áudio a grupos de WhatsApp, convocando os fiéis da congregação a participar do ato eleitoral de Antoniel e a votar no candidato.
A distribuição aleatória de combustível, que é investigada pela justiça eleitoral, teria sido, inclusive, coordenada por uma das dirigentes da Assembleia de Deus em Igarapé-Miri.
Segundo informações colhidas pelo Ministério Público, a coordenadora religiosa teria usado dinheiro em loja de conveniência anexa a um dos postos alvos da busca e apreensão, o que pode ser caracterizado como ato de “caixa-dois” de campanha (já que os pagamentos só devem ser efetivados por transferência ou cheque).
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