Um Estado continental, com rios, furos e igarapés, que criam um ambiente peculiar ao Pará, requer ações e instrumentos específicos para a atuação dos órgãos fluviais de segurança pública. Para combater os crimes que ocorrem na malha fluvial, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) está investindo em novos equipamentos. O objetivo é aumentar e renovar a frota de lanchas e equipamento, e, assim, possibilitar melhorias no trabalho do Grupamento Fluvial do Estado (Gflu), que atua de forma ostensiva e preventiva nas regiões do Pará.
Entre as aquisições estão 15 novas lanchas completas, sendo três blindadas; uma deverá ser entregue ainda este ano. As lanchas serão distribuídas em municípios com maior necessidade de frota fluvial e incidência de crimes. Entre as cidades previamente elencadas estão Itaituba, Aveiro, Abaetetuba, Igarapé-miri e Breves. Haverá, ainda, a compra de 25 motores de centro - rabeta e 23 motores de popa, que possibilitarão a reforma e reutilização das embarcações que estavam em desuso. Há quase dez anos não havia a renovação dos equipamentos do GFlu. As lanchas blindadas, as primeiras do Estado, serão empregadas especialmente nas operações contra a pirataria e o tráfico de drogas.
De acordo com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Ualame Machado, o investimento garantirá mais segurança aos agentes e um incremento significativo nos equipamentos fluviais.
“O Pará é um estado de fronteira, que facilita a existência de corredores do tráfico de drogas envolvendo quadrilhas com um poder significativo de armamento e até mesmo de estrutura. Para combater esse tipo de crime, especificamente, é necessário que o Estado tenha não somente profissionais qualificados, mas também embarcações que possam agir nessas ações e garantir a proteção dos servidores. A renovação atende também as peculiaridades dos rios do Pará, pois em cada região a realidade pode ser modificada e, para isso, a embarcação correta agiliza e traz eficácia ao serviço desenvolvido” - Ualame Machado, titular da Segup.
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O titular do GFlu, delegado Arthur Braga, afirmou que as novas aquisições facilitarão ainda mais o combate aos crimes que acontecem no interior do Estado. “Essas novas embarcações são de fundamental importância em nosso trabalho, visto que os rios têm suas peculiaridades, então é necessário ter embarcações específicas para que a gente consiga chegar com facilidade em qualquer região fluvial”, destaca o diretor.
Em 10 meses, desde o início do ano, mais de 50 operações foram realizadas pelo Gflu e o resultado foi de 40 prisões realizadas, 22 armas apreendidas e 217 manutenções. Uma das últimas operações deflagradas foi a Netuno, no mês de setembro. A ação integrada teve o objetivo de enfrentar os crimes em áreas fluviais nos municípios de Curralinho, Breves e Gurupá, no arquipélago do Marajó e que apreendeu 250 metros cúbicos de areia sem qualquer documentação, 2.374 metros cúbicos de madeira em tora e 62 metros cúbicos de madeira serrada.
Além disso, neste ano, com a pandemia do novo coronavírus, o Grupamento teve que se readequar e suspender ações policiais ostensivas, dando espaço para ações de combate ao vírus. Foram feitas diversas ações de cunho social, visando evitar o deslocamento de pessoas das comunidades ribeirinhas para a cidade. Foram distribuídas mais de 600 cestas básicas para famílias que perderam sua fonte de renda com a chegada da pandemia.
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