O novo prefeito de Belém Edmilson Rodrigues (PSOL), eleito no último dia 29 de novembro, já deu início às atividades para ocupar o cargo em janeiro do próximo ano.  Com 51,76% dos votos válidos, Edmilson derrotou o Delegado Federal Eguchi (Patriota) na disputa do segundo turno. Na segunda-feira (30), após o resultado das eleições, ele esteve presente na sede do Grupo RBA de Comunicação, onde falou sobre os planos para o governo.

"Nosso objetivo inicial é conhecer para dar continuidade naquilo que é necessário continuar e, claro, eu tenho uma orientação política, uma visão de mundo, prioridades que eu anunciei. Então, o que for preciso mexer no orçamento, se for necessário anular alguma área que não seja prioritária, para garantir o 'Bora Belém', eu vou fazer. Porque isso é a minha identidade enquanto político, enquanto prefeito, que é cuidar de toda cidade, ajudar, na medida do possível, as grandes empresas. Afinal, se a cidade está bem, todo mundo vai bem", ressalta. 

Edmilson deixou claro que a prioridade é ajudar as micro e pequenas empresas, que têm sofrido gravemente por conta da pandemia do novo coronavírus. "O Banco do Povo será usado para gerar micro e pequenos empreendimentos, ajudar as micro-empresas a gerar empregos, apoiando empresas que vão ser formadas por pessoas desempregadas, que vão acabar gerando outros empregos", destaca.

Os desafios serão muitos, já que é necessário ter um bom diálogo com a Câmara Municipal de Belém, porém, o prefeito eleito ressalta que os interesses da população estarão sempre à frente. 

"Eu tenho um bom diálogo com vários vereadores e a oposição tem o seu papel. Eu não creio que os interesses do povo terão obstáculos. Às vezes, muitos vereadores votaram em questões orientados por terem uma relação com o prefeito, mas que gostariam até de votar em outras posições. Na medida em que a gente apresenta um projeto de cara popular, pra criar programas que vão ajudar o povo mais pobre, a medida que a gente conversa com o governo no período de transição e conheça bem a realidade, a gente vai poder avançar"

O prefeito eleito ainda ressaltou a prioridade em dar continuidade às obras da Estrada Nova, já que a mesma tem um prazo para ser realizada sem perdas para o município. "Agora é uma meta, eu quero concluir as obras da Estrada Nova. Se eu não avançar nas obras, em abril o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tira o dinheiro. A obra era pra ter sido feita em 60 meses. Ou a gente faz ou perde o dinheiro. Imagina que desgraça para quem mora na Cidade Velha, Jurunas, Condor, Cremação, Guamá e para a cidade toda, que seria muito triste continuar com aquele valão a céu aberto", afirma.

Quanto a definição dos próximos secretários, Edmilson afirma que será criterioso durante a escolha. "Um critério importante é o da competência técnica e experiência, isso é de fundamental importância. Nenhuma pessoa que ame Belém e que tenha me apoiado, tenha a ilusão de que eu posso ter pra área de transporte ou de saneamento alguém que não entende de saneamento, pra resolver o problema de lixo, problema da macrodrenagem, da limpeza urbana em geral, modernizar o sistema de coleta e de distribuição de tratamento do lixo, resolver o problema do lixão e transformar em um aterro sanitário, implantar no local devido, tudo isso exige conhecimento técnico. A gente vai querer gente preparada, mas comprometida com essa Belém dos nossos sonhos", diz. 

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"Eu sou um cara humano e eu acho que o amor tem que andar junto com a fé e com a esperança. Não adianta dizer que é um homem de fé e dizer que 'bandido bom é bandido morto'. Eu nunca vou aceitar essa posição. Se eu tivesse um filho ou neto, gay, trans, teria o meu respeito. Essas pessoas vão me ter governando pra elas", declara Edmilson.

O resultado das eleições municipais 2020 foi bastante acirrado e isso pode ser explicado, principalmente, pela forte divisão entre esquerda e bolsonaristas. "Essas pessoas vão ter todos os serviços da prefeitura para atendê-las, mas elas jamais terão de mim qualquer ato de violência contra negros, contra gays, contra a democracia. Esse negócio de 'fecha o congresso', isso não cabe na minha cabeça e nem é o que o povo quer, por isso que o povo me elegeu. Então, nós vamos trilhar o caminho de investimento em educação, em cultura, educação no sentido integral. A cidade tem que ser uma cidade festiva, com respeito aos trabalhadores informais, vamos fazer uma política para que eles montem o seu pequeno empreendimento e saiam da informalidade. Não vai ser 'rapa' batendo em ambulante, impedindo o mesmo de trabalhar", ressalta. 

O esporte também está entre os planos do novo prefeito. "Nós vamos valorizar o esporte como um todo, fazendo convênios com os clubes para que as crianças tenham participação em escolinha de futebol, natação, basquete. É essa visão que a gente quer trazer, um governo de amorosidade, alimentando a esperança. Nós vamos governar pra todo mundo, mas tem os pobres que passam fome. Esses vão ter o nosso carinho", finaliza.

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