Café Cultural desvenda segredos e beleza do Palacete Bolonha

O Hostel Café e Bistrô Antonieta está realizando desde outubro uma série de encontros especiais, chamados de “Café com História”. Você chega no casarão onde ele funciona, na avenida Gov. José Malcher, para um café com um grupo de até 20 pessoas, enquanto historiadores e turismólogos te contam as histórias, curiosidades e detalhes de um importante símbolo da cultura paraense. Munido desse encanto pelo tema, o grupo segue em caminhada para constatar tudo com os próprios olhos.

Neste sábado, às 8h, ocorre a terceira edição do “Café com História”, que terá como tema o Palacete Bolonha, um verdadeiro portal para se chegar à Belém do início do século 20. O café será acompanhado de um bate-papo com imagens e vídeos do passado do imponente e misterioso bem arquitetônico, distante poucas quadras do hostel. Depois ocorre a caminhada até a construção famosa por ser uma prova de amor de seu idealizador, Francisco Bolonha, à sua amada esposa, Alice. “Traga sua máscara, sua sombrinha (para chuva ou para o sol) e o resto deixa com a gente”, convidam os organizadores.

“A gente já trouxe temas da história de Belém, como o Círio de Nazaré e o Theatro da Paz, sempre com a parceria da Raquel Ferreira, nos contando sobre a concepção, construção, detalhes e curiosidades sobre o Theatro da Paz, por exemplo. Foi bem interessante, o pessoal é bem envolvido, curioso, porque a gente não traz só a história mais conhecida, a gente traz curiosidades”, destaca Laiana Santos, proprietária do Antonieta.

RESTAURO

O palacete, construído durante o chamado “Ciclo da Borracha”, está passando por uma restauração completa desde o mês de março. A destinação do espaço, após a obra, é a adequação para futura utilização como “Casa-Museu Francisco Bolonha” e “Atelier de Projetos”, que visa preservar a memória da arquitetura e da engenharia do início do século 20. Por isso, o passeio vai ser pela área externa, com um bônus. “Na Vila Bolonha, que são vários palacetes pequenos, localizados logo ao lado, vamos fazer uma visita interna a um casarão que é um clube de senhoras”, adianta Laiana.

O imóvel, que não recebia reforma desde 2004, de acordo com a Prefeitura de Belém, deverá ficar pronto até março de 2021. Segundo os arquivos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA, o Palacete forma um conjunto com as outras residências citadas por Laiana, todas de propriedade de Francisco Bolonha, distribuídas ao longo da rua lateral, estreita e com um leve declive. As residências, exceto a de sua moradia, são de simetria neoclássica e foram construídas para parentes e agregados da família.

Ainda de acordo com a FAU, a residência de Bolonha foi projetada para uso de um casal, distribuindo-se em três pavimentos e um mirante. Tem múltiplas divisões internas e decoração carregada em dourados e estuques de autoria do maranhense Newton de Sá, azulejos decorados, mosaicos e revestimentos variados. O prédio se volta para o interior, sem jardins, sem grandes aberturas, deixando a vista e os benefícios da ventilação apenas para a torre. Teve função residencial por alguns anos depois da morte do proprietário, no início do século 20, e depois passou ao poder público.

CONHEÇA

3ª edição do “Café com História no Antonieta” - Palacete Bolonha

Quando: Hoje, às 8h.

Onde: Hostel Café e Bistrô Antonieta (Av. Governador José Malcher, 592)

Quanto: R$ 30 (café + passeio)

Vagas: 20

Reservas: (91)98258-0380