Em meio à crise econômica acentuada pela pandemia, conter os gastos para dar conta dos boletos e arcar com as necessidades diárias se tornou essencial. Segundo a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), em média, 25% dos gastos mensais de toda pessoa ou família poderiam ser cotados, porque muitas vezes, nem são percebidos, mas têm um peso significativo no orçamento.
Um desses gastos chamados “invisíveis”, mas bastante comuns são aqueles resultados de pagamentos feitos após o prazo de vencimento. “As contas pagas com atraso vêm com juros e multas, que nunca estão previstos no orçamento, ou seja, não constam dos gastos mensais daquela pessoa ou família, mas quando contínuos, somados podem representar um valor alto”, alerta a educadora financeira e vice-presidente Regional da Abefin, Ana Ferrari.
Além de somar esses juros e multas das contas pagas com atraso para ter noção de quanto podem pesar no orçamento, a educadora financeira aponta algumas alternativas possíveis para eliminá-las. “Colocar as contas mensais em débito automático ou em DDA (Débito Direto Autorizado) que permite ver o que precisa ser pago pode ser uma boa opção. Mas vale outras coisas mais simples também, como colocar um alarme no celular para lembrar da conta”, indica.
Os gastos invisíveis podem ainda estar onde menos se espera, como é o caso dos planos de saúde. “Muitas vezes a pessoa tem um plano com valor alto, mas usa muito pouco, porque tem cuidado com a saúde, com a alimentação, prática de atividade física e pouco adoece. Por isso, o ideal é ter um plano de acordo com o perfil do consumidor, que inclusive pode ser pesquisado no site da ANS (Agência Nacional de Saúde)”, afirma.
Esses gastos também costumam estar escondidos nos famosos combos de internet, TV a cabo e telefone fixo. “É preciso avaliar realmente o que está sendo usado e se perceber que algum desses itens não está sendo usufruído, o melhor é ligar para a empresa e tentar negociar”, diz.
ALIMENTAÇÃO
Até mesmo em itens essenciais como alimentação esse tipo de gasto pode estar embutido. “Os custos com mercado podem representar até 30% dos gastos do orçamento do mês, então é preciso eliminar o máximo possível o desperdício, ir ao supermercado com uma lista e observar a data de validade dos produtos, entre outras coisas”, ensina.
As compras por impulso, sem planejamento, são sempre gastos supérfluos. “Antes de adquirir roupas, sapatos, maquiagens e coisas do tipo é preciso primeiro dar uma olhada naquilo que já se tem em casa. Se houver, por exemplo, uma roupa com etiqueta dentro do armário, é sinal que não existe a necessidade de comprar mais um item desse”, aconselha.
O uso do carro também pode esconder despesas, que vão desde o combustível gasto a cada saída ao valor pago ao flanelinha. “É importante observar qual é a melhor forma de usar o automóvel, além de colocar os gastos todos na ponta do lápis para serem avaliados”, completa.
A educadora financeira chama atenção, no entanto, que não é necessário se privar de tudo para conter os gastos invisíveis. “Na verdade, é preciso pensar e avaliar esses gastos para ver se não poderiam ser direcionados para outras coisas, comprar um TV para a família, fazer uma viagem, enfim, o importante é ter essa consciência e fazer uma avaliação”, incentiva.
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