Trafegar por algumas ruas de Belém tem sido um verdadeiro transtorno para motoristas e pedestres. No bairro do Reduto, na rua Gaspar Viana, próximo da avenida Visconde de Souza Franco, os buracos contribuem para o alagamento quando chove. Segundo o engenheiro e mestre em estruturas e construção civil, José Noronha Junior, as principais causas dos buracos que se formam em Belém são a drenagem ineficiente e o tipo de pavimento flexível (asfalto), que precisa suportar uma demanda grande de automóveis.

“O pavimento que temos na cidade suporta o clima chuvoso, de quase todo o dia. Mas a demanda de automóveis aumentou demais e não se tem tempo hábil para que a drenagem seja feita pelo pavimento flexível. Com isso, também não há tempo para que as rachaduras voltem ao estado normal”, explica

Outro fator apontado pelo especialista é a operação tapa-buraco. Por anos, a Prefeitura de Belém tem realizado este serviço de pavimentação de ruas nos bairros da cidade e manutenção da malha viária, operacionalizado pela Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan). Entretanto, de acordo com Noronha, a metodologia utilizada é inapropriada.

Sinalização é feita pela população.
📷 Sinalização é feita pela população. |Wagner Almeida

Ele explica que a operação tapa-buraco deve ser executada em buracos levemente distribuídos na pista. “Quando temos buracos em uma área de abrangência muito próximos um do outro, acabamos por optar pela recapagem total do pavimento. Deve-se fazer a retirada do asfalto, retirar a base e a sub-base danificadas, refazer o procedimento, e não apenas passar o asfalto por cima. Mas isso não vem sendo feito”.

No bairro do Marco, na travessa Barão do Triunfo, na esquina com a avenida Almirante Barroso, uma cratera próximo da calçada de um hospital foi demarcada com palha. Outro trecho com situação semelhante é na travessa Pirajá, entre as avenidas Almirante Barroso e João Paulo II. No buraco há pedaços de madeira com fitas de isolamento amarela para sinalizar motoristas e pedestres.

ALERTA

Noronha alerta para esse tipo de improviso. “A nossa população muitas vezes fecha os buracos por conta própria com pedra, cimento, cascalho. Mas isso só procrastina, pois, tapar buraco de asfalto, por exemplo, com cimento, vai fazer o problema continuar. Não é adequado”.

O engenheiro defende, para uma cidade com menos formação de crateras e buracos, o pavimento rígido em concreto que, além de ter uma manutenção fácil, resiste mais às intempéries da região. Contudo, o problema com este tipo de pavimento é o valor, que é bem mais oneroso. “Mas também é mais confortável em relação ao asfalto, já que este, por ser preto, acumula mais calor”, diz Noronha. Em Belém, um trecho onde há pavimento rígido em concreto é na avenida Pedro Miranda, entre a avenida Dr. Freitas e a travessa Lomas Valentinas. “Neste local, principalmente onde fica a Aldeia Amazônica, não se vê buracos”.

A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informou, por meio de nota, que iniciará nesta terça-feira (12), uma programação de limpeza pela cidade, que inclui uma operação de tapa-buracos nos trechos citados e em outros.

A Sesan ressaltou que já vem realizando operações de limpeza desde que a nova gestão assumiu o mandato e que, diante da necessidade de manutenção viária em diversos corredores de trânsito de Belém, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) também iniciará a partir de hoje (11), uma ação em parceria com a Sesan para priorizar a ação de tapa-buracos nos principais corredores de tráfego.

Buracos estão no meio das vias. Foto: Wagner Almeida

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