De janeiro a novembro do ano passado entraram em circulação em todo o Pará 86.789 veículos, apesar da pandemia do novo coronavírus, que levou a uma menor circulação de pessoas. Com isso, a frota de carros, motos, caminhões, ônibus, vans e similares bateu a marca de 2.229,234 veículos. De um lado, motoristas defendem o uso do transporte individual, enquanto outra parcela da sociedade depende do transporte público.
Na visão de estudiosos de mobilidade urbana, é necessário maior atenção na estruturação do sistema de mobilidade, aliando o coletivo, o individual e as alternativas, como bicicletas e outros veículos sem tração mecânica. “Passa pelo sentido do transporte público. Entra a contratação de agentes, ampliação e melhoramento das vias. Em alguns casos, dependendo da cidade, implantar estacionamento vertical. Chega um ponto em que as dificuldades são absurdas, até mesmo para estacionar o carro”, observa o especialista em trânsito, Rafael Cristo.
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Aumento
Mas o que explica um aumento tão significativo? “Está ligado a questão do emprego e renda. Houve um aumento significativo na prestação desse serviço. Essa é uma tendência que vem desde o início dos aplicativos de mobilidade urbana. Muita gente aluga, mas perceberam essa possibilidade de fazer uma economia e comprar um carro. São aquisições referentes ao setor. São carros para trabalho que entram na frota da cidade”, conta.
Só de carros, de acordo com os dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), foram 26.785 novos emplacamentos, além de outras 31.375 motocicletas emplacadas. O condutor de ambulância e motorista Vítor Garcia Reis, 46, é um adepto da motocicleta. E diz que no trânsito de Belém é impossível manter uma rotina de horários e compromissos. E que a melhor forma de transitar é utilizando este tipo de veículo.
“A moto é muito melhor para se locomover no trânsito. Eu a uso estritamente para trabalho. Saio de um serviço e vou para o outro nela. É algo muito mais vantajoso e econômico. Com um litro eu faço 40 quilômetros, chego rápido. É um outro universo. O transporte público deixa a desejar em todos os sentidos. Eu moro em São Brás. Aqui deveria ser bom, mas na realidade não é, porque você fica preso nos engarrafamentos, quando vê já está atrasado”, conta.
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O estudante de Direito Rafael Barbosa conta que já passou dificuldades no coletivo e por isso prefere outras alternativas. “Eu prefiro fazer uso do transporte individual de passageiros por uma série de fatores. Muitas vezes o valor do serviço ainda é mais em conta nos aplicativos. Outra questão é que existe uma segurança maior. Já sofri tentativas de assalto dentro de um coletivo”, diz. “Então é difícil pesar mais para o lado do transporte público. Seria bom, mas a nossa realidade aqui não contribui”, completa.
E a tendência é que o passageiro busque maior conforto. E isso vai do uso de transporte individual até a aquisição do carro próprio. “Os ônibus estão muito sucateados. Por causa disso, é normal que a maioria prefira os táxis, os carros de aplicativo. Ele te pega e deixa na porta da sua casa, você viaja com mais conforto, sem aglomeração, no ar-condicionado, que pra nossa realidade é um item de conforto”, acrescenta o taxista Ivanildo Braz, 45 anos, sendo 17 deles dedicados ao transporte de passageiros.
26.785
Só de carros, de acordo com os dados do Departamento Nacional de Trânsito, foram 26.785 novos emplacamentos.
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