Desde a chegada da aeronave até a entrega das urnas com corpos das vítimas fatais em decorrência do acidente envolvendo um ônibus que levava paraenses ao Sul do Brasil, a resposta da ação conjunta do Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do Pará foi a mais célere, com o intuito de minorar o sentimento de dor e tristeza dos familiares das vítimas. Os detalhes da força-tarefa integrada com os órgãos paranaenses foram apresentados nesta quinta-feira, 28, em coletiva à imprensa na Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).
O voo custeado pelo governo do Pará saiu de Curitiba às 21h e aterrissou no aeroporto internacional de Belém às 00h30 desta quinta-feiras, (28). O avião conduziu 17 passageiros sendo uma vítima, 11 familiares que se deslocaram de Belém para Curitiba, três integrantes da comitiva do Pará, dois representantes do Instituto Médico Legal do Paraná e um proprietário da empresa, além de 18 urnas com os corpos das vítimas fatais.
No Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, o atendimento ainda na quarta-feira, 27, incluiu o acolhimento dos familiares das vítimas, algumas até de outros municípios, trabalhando de forma ininterrupta para agilizar toda a fase documental. Às 3h30 todos os corpos já haviam sido entregues aos responsáveis para o último adeus.
“Assim que soubemos do ocorrido fizemos contato imediato com as autoridades do Paraná, que aqui agradecemos pela integração. Nós enviamos uma comitiva que auxiliou na assistência às vítimas e familiares, inclusive com atendimento psicológico. O trabalho permanece. Continuaremos monitorando as vítimas que ficaram internadas com o intuito de continuar mantendo a assistência necessária, quatro delas em estado grave”, ressaltou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado.
PROCEDIMENTOS
Participaram da coletiva o diretor do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, Celso Mascarenhas, e uma representante da Polícia Científica do Estado do Paraná, Patrícia Cancelier. Para o diretor do CPC, o trabalho realizado superou as expectativas e teve êxito.
“Assim que as urnas chegaram ao instituto Médico Legal, foi feita a abertura, fizemos outra identificação, uma perícia do Paraná entregando para perícia do Pará. Após toda a confirmação que durou 40 minutos, nós começamos a entregar para as famílias, às 3h32 todas as urnas estavam com as famílias”, informou.
De acordo com a perita Patrícia Cancelier, há três métodos de reconhecimento validados internacionalmente e no episódio envolvendo os paraenses, dois foram utilizados.
“A análise do local de crime, assim que o acidente ocorreu imediatamente a nossa equipe de plantão de local de crime estava presente no local. Nós já tínhamos peritos no litoral do Paraná, atuando na operação verão, que se deslocaram rapidamente até o local para fazer os primeiros levantamentos, medidas, fotos, enfim toda a coleta de vestígios necessária para elaboração do laudo de local de crime. Nós tivemos acesso a todas as informações necessárias do ponto de vista da identificação humana. O fato de nós possuirmos todas as informações necessárias também possibilitou um processo rápido, dentro dos protocolos. Dos 19 óbitos, 17, na terça-feira, já haviam sido identificados. A perícia criminal transcorreu conforme o esperado. Dos três métodos reconhecidos internacionalmente: papiloscopia, DNA e a odontologia forense, nós lançamos mão da papiloscopia e do DNA”, afirmou.
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VIAGEM
O ônibus saiu de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, na última sexta-feira (22), às 19 h, com destino a Santa Catarina. O acidente ocorreu na BR-376, KM-668+10, sentido sul, em Guaratuba, no Paraná, próximo à Curva da Santa. Dos 51 passageiros, 31 tiveram ferimentos leves, moderados e graves, 19 faleceram e o motorista não sofreu ferimentos.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros lembrou como foram os primeiros momentos da ocorrência. “O objetivo inicial era tomar conhecimento da situação. Saber o número de vítimas, de pessoas vivas para poder informar os familiares que estavam aqui em Belém. Estamos preparados para atuar caso ocorra aqui na nossa jurisdição, também estamos prontos para manter contato com a integração da Defesa Civil Nacional e de outros Estados para poder auxiliar qualquer acidente que possa ocorrer”, recordou.
O representante da comitiva que esteve em Curitiba, Major BM Marco Scienza, explica o método utilizado para o atendimento da ocorrência. “Nós atendemos os casos mais graves, que é a nossa prioridade 00. A gente trabalha com sistema de comando de incidentes, também assim como o protocolo da Interpol, que é internacional e ajuda em ocorrência de desastre. Então o primeiro passo foi instalar o gabinete de crise e assumir a coordenação como Secretaria de Segurança Pública, coletar informações, preparar o local onde nós iremos trabalhar, o que já foi um serviço muito adiantado pelos profissionais do Paraná. A articulação entre as secretarias, entre os Corpos de Bombeiros, Centros de Perícias foi essencial, o que garantiu a agilidade dos trabalhos”, resumiu.
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